quinta-feira, novembro 26, 2009

A economia cresce mas o número de pobres
e dos muito pobres continua a aumentar!

O crescimento económico não tem correspondência na diminuição da pobreza. E apesar das ajudas internacionais o número de pobres e dos muito pobres continua a aumentar, considera o investigador britânico Joseph Hanlon.

A que país se referia Joseph Hanlon? Já lá vamos.

Jornalista e docente em Inglaterra, Joseph Hanlon falou à margem da conferência "Pobreza e Paz nos PALOP" (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), organizada pelo Centro de Estudos Africanos do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa.

Retomando as ideias que expressou no livro "Há mais bicicletas - mas há Desenvolvimento?", lançado em Julho deste ano em Maputo, Hanlon leu na conferência o texto "No peace without jobs", em que desenvolveu o conceito que chamou de "paradoxo".

"Apesar da maciça ajuda dos doadores internacionais: 667 milhões de euros anuais, cada vez há mais pobres, cada vez aumentam mais os índices de pobreza", salientou, acentuando que a redução da pobreza "foi menor do que devia ter sido".

A que país se referia Joseph Hanlon? Já lá vamos.

Defensor de mais investimentos na agricultura - "para garantir maior auto-suficiência alimentar e menos êxodo rural" -, Joseph Hanlon lamentou que os doadores internacionais - "que garantem cerca de metade do orçamento de Estado" -, continuem a insistir nos investimentos nos sectores sociais.

O problema reside no facto de o país receber mais ajuda externa do que outros países africanos, "correspondendo ao que os doadores lhe dizem para fazer". Estas "pressões" conduzem ao que Hanlon classificou de "armadilhas que a pobreza coloca à paz".

E recordou dois caos. O primeiro ocorrido em 2000, em que mais de uma centena de pessoas foi morta em circunstâncias apresentadas como resultado da luta política e, mais recentemente, no passado dia 11, a morte de funcionários do Ministério da Saúde, às mãos de populares, que os acusaram de terem tentado infectá-los com o bacilo da cólera. A falta de informação está na base deste último episódio, que Hanlon caracterizou como "exemplo de mais um caso em que os pobres respondem ao receio de que os ricos os queiram matar".

Num plano mais geral, Joseph Hanlon questiona-se sobre o que "correu mal", em que o aumento da ajuda internacional não foi acompanhado pela diminuição do número de pobres. "Que foi que correu mal? Dos grandes projectos não resultam mais empregos e nem se pode falar em aumento do consumo interno, porque com mais pobres, e como estes não têm dinheiro, não compram nada", sintetizou.

Vamos lá então. A que país se referia Joseph Hanlon? Poderia ser, no contexto dos PALOP, qualquer um com excepção de Cabo Verde. Referia-se a Moçambique.

3 comentários:

Reflexões de um ateu disse...

Assim vai o país da marrabenta.
Precisando de um banho de água benta
Enquanto uns poucos em champanhe nadam
As “gentes” nem pra pão ganham

O coro do combate a corrupção,
Só mesmo pra enganar população,
A cantiga de “estamos a vencer a pobreza”
Abafa o nosso choro de fome,


Mas nunca matará a nossa sede de justiça,
Jamais calará a voz da razão.

Basilio Muhate disse...

só para uma análise complementar do tema vide as estatísticas do INE http://www.ine.gov.mz e do Banco de Moçambique http://www.bancomoc.mz

O Mais interessante é que o documento de panorama económico de Moçambique e previsões do Banco Portugues de Investimento, que realiza estudos macro-económicos e sociais de conjuntura económica e financeira de Moçambique semestralmente indica que há bons sinais de crescimento económico, desenvolvimento e redução dos índices de pobreza.

igualmente o relatório de desenvolvimento humano (RDH) das Nações unidas apresenta outros dados sobre Moçambique dispersos em relação aos estudos anteriores.

A minha questão é: será que qualquer um pode produzir previsões ou estudos económicos em função dos seus interesses financeiros e estomacais ?

um abraço
Basílio

Anónimo disse...

Será que nós portuguses quando andamos a colonizar deixámos para esses lados, o vírus da corrupção? Bastam dois ou três o terem transportado, para proliferar num instante... é quanto aos PALOPS, a coisa está quase como cá!.. é um vê se te avias!