Os observadores da União Europeia às eleições moçambicanas de 28 de Outubro constataram "numerosas irregularidades" durante o apuramento dos votos, "sem que estas afectem significativamente os resultados".
É sempre assim. O balanço parece tirado a papel químico do que se passou nas legislativas angolanas. “Numerosas irregularidades” que, contudo, não afectam os resultados.
Num balanço hoje divulgado em Maputo, a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE UE) dá conta de "irregularidades eleitorais e inconsistência nos procedimentos" em 73 distritos das 11 províncias de Moçambique.
Coisa pouca, dir-me-ão com toda a razão. As coisas não correram como devariam em 73 distritos das 11 províncias, mas daí a dizer que afectaram os resultados vai uma longa distância.
Pouco importa se essas "irregularidades eleitorais” são apenas a ponta da montanha, o primeiro centímetro da ponte Armando Guebuza no rio Zambeze, ou o sintoma de algo bem mais grave.
Segundo o documento da UE, ainda que as irregularidades no processo eleitoral não tenham afectado significativamente os resultados das eleições "constituem uma séria fraqueza do processo".
Vá lá a gente perceber estes observadores. Afinal, foi uma “séria fraqueza do processo”. Mas, apesar disso, tudo fica na mesma até que a paciência dos moçambicanos dê o berro e as opções passem por estratégias que ninguém gostava de ver regressar ao país.
1 comentário:
Viva a paz em Mocambique. E viva sempre.
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