Tudo quanto, nomeadamente em Portugal, se diz sobre José Eduardo dos Santos é mentira, dor de cotovelo e obra dos preconceitos coloniais de alguns (cada vez menos, é certo) os jornalistas lusos.
Desde logo, é mentira que José Eduardo dos Santos seja um presidente que está no poder há 32 anos sem nunca ter sido eleito.
O processo de bajulação dos governos portugueses ao regime do MPLA continua porque Angola, como e natural, apenas quer ajudar o povo irmão das ocidentais praias lusitanas.
Embora custe a muita gente em Portugal, o actual líder de Angola que preside à Comunidade de Países de Língua Portuguesa e, como prova da democraticidade do seu regime, está no poder – repita-se - há 32 anos como resultado das eleições.
Paulo Portas, que até foi excepcionalmente recebido pelo dono de Angola, acredita que o importante para Portugal são os poucos que têm milhões e não, claro, os milhões que têm pouco… ou nada. E tem razão. São esses poucos que compraram o BPN e, pela via económica, oferecem a Portugal o estatuto de protectorado.
E se Portas diz que as relações com Angola são excelentes, é porque são mesmo. Eu diria bem mais do que excelentes... na óptica da Oferta Pública de Aquisição lançada por Angola sobre Portugal.
Acrescente-se que é mentira quando se diz que 68% (68 em cada 100) de angolanos são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome.
É mentira que 45% das crianças angolanas sofrem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos.
É mentira que Angola seja um dos países mais corruptos do mundo.
É mentira que a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, o cabritismo, seja o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos.
É mentira que 80% do Produto Interno Bruto ser produzido por estrangeiros; que mais de 90% da riqueza nacional privada seja subtraída do erário público e esteja concentrada em menos de 0,5% da população.
É mentira que o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, esteja limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder.
Mas é verdade que um dia destes o Jornal de Angola, um órgão que não é estatal, que não é correia de transmissão do regime, poderá divulgar – como tem ameaçado fazer - "as listas dos nomes dos quadrilheiros portugueses capturadas no bunker de Jonas Savimbi no Andulo".
Mas é mentira que dessa imensa listagem constem oficiais das FAPLA e depois das FAA que nunca trabalharam para Savimbi, ou políticos do MPLA, alguns com altos cargos no Governo e que também não trabalharam para o líder da UNITA.
1 comentário:
Tristes realidades que muitos se esquecem ou simplesmente nao querem saber!
Esta "economia" revolta-me e mete-me nojo.
Nao quero fazer parte disto!
Assim anda o mundo, um mundo de mentira e interesses puramente monetarios.
E as pessoas dos paises des-envolvidos, a acharem-se evoluidas...
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