O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, defendeu hoje a criação de um canal de televisão regional, reiterando as críticas à RTP-Madeira, que diz não ter qualidade.
Tal como muitos dos seus amigos, o dono da Madeira tem uma bitola peculiar, produção exclusiva da sua autoria, sobre o que é a qualidade na (des)informação. Apesar disso, um pouco ao estilo do que fez no continente e durante anos o sumo pontífice do PS, José Sócrates, é fácil de entender.
Quem estiver de acordo com Alberto João Jardim tem, necessariamente, toda a qualidade. Quem, pelo contrário, julga que pode pensar pela sua própria cabeça… sujeita-se a ficar sem ela.
"Nós temos aqui uma televisão oficial pública, mas que é o braço de política colonial, não diz nada aos madeirenses, não tem qualquer qualidade, não representa nada para o povo madeirense", afirmou Alberto João Jardim, no Funchal, onde inaugurou o novo "call center" da Zon Madeira.
Ora aí está. A colónia ameaça dar o Grito do Ipiranga. É claro que, como em muitas outras questões, Alberto João Jardim só tem letra. No meio de tanta parra não se encontra uma uva.
O chefe do Executivo madeirense considera estar na altura de, no próximo mandato, o futuro Governo da região "pensar numa televisão regional, que existe já noutros países europeus que têm regiões politicamente descentralizadas".
Alberto João Jardim reconheceu que se poderá questionar esta iniciativa num momento em que o Governo de coligação PSD/CDS-PP "fala em privatizar a televisão", justificando, contudo, que "estas coisas têm que se fazer é bem de raiz".
"A RTP, também aqui na Madeira, é uma estrutura tão cara, tão cara, que eu não acredito que alguém lhe queira pegar, a não ser um desses pequenos 'Murdochs' que temos aqui pela Madeira, só se for um desses indivíduos que queira perder dinheiro", acrescentou, desafiando o presidente da comissão executiva da Zon Multimedia, Rodrigo Costa, para aferir em que condições, mas "o mais barato possível", a Região Autónoma da Madeira "poderá pensar em ter aqui uma televisão regional".
Recordo, entretanto, que no final de 2007, mudei a “sede social” aqui do Alto Hama para a Madeira. A razão foi simples. O Jornal da Madeira anunciou no dia 12 de Dezembro desse ano que passaria a ser distribuído gratuitamente, tal como este blogue, até porque iria continuar a receber apoios do Governo Regional.
Portanto… eu também queria um apoio. Isto porque, argumentei na altura, ou há moralidade ou então vamos todos dar uma volta ao bilhar grande. Não fomos todos dar a volta, mas eu fui.
O jornal, do qual Alberto João Jardim já foi director, é o único jornal do país que recebe directa e assumidamente (importa também dizê-lo) apoios estatais.
Nessa altura o Jornal da Madeira era objecto de críticas da oposição madeirense por ser "um sorvedouro de dinheiros públicos", já que recebia do orçamento regional cerca de 3,5 milhões de euros por ano.
Aqui o Alto Hama não emprega ninguém (nem sequer o maluco que o faz tem emprego), mas não se importa de repartir a quota com o Governo Regional… da Madeira.
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