Estarão os jornalistas a escutar as “secretas” portuguesas? Será o contrário? Serão ambos? Ou é mais um caso de comadres zangadas?
Diz o Público que o presidente do Conselho de Fiscalização dos serviços de informação quer investigar a origem das notícias que têm vindo a ser publicadas, nomeadamente no Expresso, sobre questões internas das “secretas”.
Se, como diz o jornal, o objectivo é identificar quem está a transmitir dados internos para a comunicação social, o melhor mesmo é fazer escutas aos jornalistas. E se, mesmo assim, não resultar, terá de haver uma solução radical do tipo… matar o mensageiro conhecido.
Em declarações à TSF, Marques Júnior, que preside ao Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), manifestou preocupação com as fugas de informação das “secretas” para os media.
Não importa se o que os media dizem é verdade. Relevante é que não deveriam saber o que se passa. É tão simples quanto isso.
Aliás, o SIRP e similares espalhados pelos quatro cantos das ocidentais praias lusitanas, sabem que se o jornalista não procura saber o que se passa é um imbecil. Também sabem que, se o jornalista consegue saber o que se passa e se cala é um criminoso.
Também sabem que há no jornalismo luso cada vez mais imbecis e criminosos, embora bem pagos. Tirando, aliás, dois ou três casos, quase todos os media portugueses só dizem o que os donos dos jornalistas e o donos dos donos querem que eles digam. Não seria, por isso, necessário tanto alarido.
Marques Júnior adiantou que têm vindo a ser realizadas “actividades intensas” para saber se as informações transmitidas, ilegalmente, para os jornais têm origem no interior dos serviços ou se “é algo que sai de fora do sistema”.
Pois. Se calhar não saem foram do sistema porque é o próprio sistema que está fora. Como em muitos famosos casos portugueses, ainda vão concluir que a culpa de tudo isto é afinal da mulher da limpeza.
Marques Júnior avança com a hipótese de “alguém, inclusivamente um funcionário dos serviços de informação”, estar a agir “à margem do funcionamento” do sistema, fornecendo “notícias ou informações a troco não sei de quê”.
Cá para mim não será preciso procurar muito. O funcionário em questão, a troco de um prato de lentilhas, chama-se Maria é mesmo a mulher da limpeza.
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