quarta-feira, agosto 31, 2011

Rebeldes ajudam a NATO a derrotar Kadhafi



O controlo total da cidade de Sirte pela NATO, com a ajuda dos rebeldes, marcará o fim do regime de Muammar Kadhafi, que dirigiu a Líbia nos últimos 42 anos.

Embora os donos do mundo digam que são os rebeldes que contam com a ajuda da NATO, a verdade é que o petróleo fez com que tudo se processasse ao contrário, como aliás era previsível.

"Se acontecer aquilo que espero, Sirte vai cair após uma rendição pacífica no sábado. É o último bastião e vai marcar a queda do regime", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Franco Frattini, numa entrevista à Rádio 24.

A missão da NATO "só estará concluída quando a Líbia estiver livre", referiu ainda Frattini, mencionando que o mandato da actual missão, exorbitado em todos os sentidos, termina no final de Setembro.

Para Frattini, as operações da Aliança Atlântica "devem acompanhar a queda do regime para evitar qualquer reacção".

É, claro, o inofensivo reconhecimento de que também no terreno estiveram militares não líbios a comandar os rebeldes.

Mas, mais uma vez, o importante é estar do lado dos vencedores de hoje. Amanha se verá. Foi assim com Muammar Kadhafi, será assim com qualquer outro.

De facto, a acção da NATO foi uma ingerência numa guerra que, no fundo, era interna, civil, e que não foi sancionada pela resolução do Conselho de Segurança da ONU que previa, isso sim, o recurso à força para proteger os civis contra a repressão do regime do coronel Muammar Kadhafi.

A missão seria, supostamente, para proteger civis e não para derrotar militarmente, com a ajuda de civis, o ditador. É claro que, todos sabem, civis com armas ao lado de Kadhafi são hoje terroristas, civis com armas ao serviço da NATO são hoje heróis.

E se todos estarão de acordo em defender a população civil, são poucos os que se atrevem a dizer que há uma diferença sensível entre ataques aéreos contra os meios de defesa anti-aéreos líbios e contra colunas de tropas fiéis ao dirigente da Líbia.

Ao que parece, salvaguarda-se qualquer eventual falha da tradução ao abrigo do acordo ortográfico, a resolução 1973 não estabelecia que deveria ser a NATO a depor Kadhafi, como de facto aconteceu, mesmo que a coligação atire a pedra e esconda a mão.

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