quarta-feira, dezembro 13, 2006

«A aparência é que faz a essência»

«Já vimos que, em Moçambique, não é preciso ser rico. O essencial é parecer rico. Entre parecer e ser vai menos que um passo, a diferença entre um tropeço e uma trapaça. No nosso caso, a aparência é que faz a essência. Daí que a empresa comece pela fachada, o empresário de sucesso comece pelo sucesso da sua viatura, a felicidade do casamento se faça pela dimensão da festa», afirma Mia Couto num artigo hoje publicado pelo Club-k.

“A sociedade portuguesa, certamente como algumas outras, é o que é e sempre que julgo que está a mudar concluo (erro meu, é óbvio) que o faz para pior. Ou seja, vive de aparências, de rótulos, de embalagens, de coisas acessórias. O essencial fica adiado. Alguém há-de pagar a factura”, escrevi eu aqui no dia 30 de Novembro, sob o título “A importância da aparência numa sociedade rasca”.

1 comentário:

Anónimo disse...

Qual de nós não se lembra pelo menos na nossa infância de escutar com alguma tristeza a mama dizer:Tem Cuidado com quem saíes, que as apârencias iludem.Infelismente
Estamos no auge das aparências que iludem.
Com todo o respeito pelos respeitáveis, que sei que os há: Neste exacto momento o protótipo moçambicano (masculino)é ter (sabe-se lá como)uma 4*4, ter uma quinta nos arredores da cidade, ter uma casa na praia do Bilene, outra na ponta de Ouro, ter um telefone móvel da marca Nokia do último grito, e dos mais volumosos, ter poder para passar os finais de semana na África do Sul,numa vigem de 45 minutos de avião entre Maputo e Joannesburg viajando na LAM- Linhas Aéreas de Moçambique ou na South African Airways, na Business classe,tudo facultado pelo seu nome sonante.(livre de impostos)
Enfim é uma pouca vergonha.
Acordem...
Por favor acordem.
SM