Ao meu anterior texto, onde fazia algumas considerações sobre o facto de os media portugueses se estarem nas tintas para Angola, recebi da UNITA em Portugal o comentário que se segue e que, só por si, constitui uma enorme (e bem-vinda) pedrada no charco da comunicação social portuguesa.
“Começo por agradecer o quase elogio. É verdade, fazemos o que podemos para manter os media portugueses informados do que se passa em Angola.
Também é verdade que não andamos com os bolsos cheios de dólares para comprar jornais e jornalistas. Não os temos (aos dólares) e se os tivéssemos as prioridades seriam sempre outras, sem desprimor algum para com a classe jornalística portuguesa.
Quanto ao desinteresse por parte dos media portugueses em relação ao que se passa em Angola, não é de hoje, é apenas o jornalismo que se faz em Portugal.
Repare-se por exemplo quantas linhas diárias se gastaram em alguns jornais com a morte de um ex-espião russo. Será isso mais importante para Portugal do que o que se passa num País que neste momento é o principal destino dos investimentos portugueses no estrangeiro? Num País que é responsável por parte considerável dos lucros de alguns grupos bancários portugueses? Num País que ainda recentemente comprou uma fatia importante da maior empresa não financeira portuguesa, a GALP?
E não quero referir aqui as ligações emocionais, por ser redundante. Bastará pesquisar na net para se descobrir as dezenas de sites e blogs, onde centenas, mesmo milhares de portugueses matam saudades da terra que conheceram ou que os viu nascer.
Mas os Angolanos, os que tentam reconstruir um País, que tentam preservar a Paz, que tentam estabelecer a Democracia que tanto demora a chegar, sabem que em Portugal contam com o Povo e pouco mais.
Para finalizar, o Engenheiro Ernesto Mulato também foi entrevistado pela Rádio Renascença e pela RDP África.”
“Começo por agradecer o quase elogio. É verdade, fazemos o que podemos para manter os media portugueses informados do que se passa em Angola.
Também é verdade que não andamos com os bolsos cheios de dólares para comprar jornais e jornalistas. Não os temos (aos dólares) e se os tivéssemos as prioridades seriam sempre outras, sem desprimor algum para com a classe jornalística portuguesa.
Quanto ao desinteresse por parte dos media portugueses em relação ao que se passa em Angola, não é de hoje, é apenas o jornalismo que se faz em Portugal.
Repare-se por exemplo quantas linhas diárias se gastaram em alguns jornais com a morte de um ex-espião russo. Será isso mais importante para Portugal do que o que se passa num País que neste momento é o principal destino dos investimentos portugueses no estrangeiro? Num País que é responsável por parte considerável dos lucros de alguns grupos bancários portugueses? Num País que ainda recentemente comprou uma fatia importante da maior empresa não financeira portuguesa, a GALP?
E não quero referir aqui as ligações emocionais, por ser redundante. Bastará pesquisar na net para se descobrir as dezenas de sites e blogs, onde centenas, mesmo milhares de portugueses matam saudades da terra que conheceram ou que os viu nascer.
Mas os Angolanos, os que tentam reconstruir um País, que tentam preservar a Paz, que tentam estabelecer a Democracia que tanto demora a chegar, sabem que em Portugal contam com o Povo e pouco mais.
Para finalizar, o Engenheiro Ernesto Mulato também foi entrevistado pela Rádio Renascença e pela RDP África.”
1 comentário:
Essa questão dos "Media" nacionais, sobre questões de verdadeiro interesse nacional, é mais que recorrente.
Em relação a Macau? O que se escreve ou se escreveu? Casinos, tríades, corrupção, etc... e a cultura? e as questões estratégicas para o interesse português no Oriente? Pois é, enquanto que um dos melhores governadores de todos os tempos de Macau, o General Vasco Rocha Vieira que preparou Macau para servir de ponte de ligação entre a China, Portugal e os Espaço Lusófono (espaço bem mais amplo que a CPLP)e que tanto subsidiou os "Media" portugueses para escreverem sobre esta pequena terra de paz, progresso e milagre, enquanto os subsídios duraram escreveu-se e quando tudo terminou, Macau deixou de ser notícia... um problema recorrente, mas atenção, surgiu um fenómeno chamado por "Imprensa Regional", um verdadeiro serviço público e bem próximo da população.
Cordiais saudações,
V.R.C.
P.S.- Agradeço desde já pelo mail sore a questão do aborto, lá estaremos na primeira linha do combate!
www.passaleao.blogspot.com
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