Serão sempre os caminhos
que a vida nos dá,
sem ódios nem rancores;
São diferentes os ninhos
a enxada e a pá,
mas iguais os amores.
Eu sapatos lindos calço
alheio ao caminho feio
e ao sofrimento diário;
Tu triste e descalço
à custa do conforto alheio
que é o teu calvário.
Lá vens alegre sorrindo
com teu poema de criança
esculpido no teu olhar,
Tu vens, eu vou indo
sem destino nem esperança
e à espera do que chegar.
- Bom dia senhor.
Dizes-me olhando o horizonte,
alegre no teu querer;
Não. Não sou o teu senhor
nem sequer a fonte
do teu viver.
que a vida nos dá,
sem ódios nem rancores;
São diferentes os ninhos
a enxada e a pá,
mas iguais os amores.
Eu sapatos lindos calço
alheio ao caminho feio
e ao sofrimento diário;
Tu triste e descalço
à custa do conforto alheio
que é o teu calvário.
Lá vens alegre sorrindo
com teu poema de criança
esculpido no teu olhar,
Tu vens, eu vou indo
sem destino nem esperança
e à espera do que chegar.
- Bom dia senhor.
Dizes-me olhando o horizonte,
alegre no teu querer;
Não. Não sou o teu senhor
nem sequer a fonte
do teu viver.
Tu andas descalço e imundo,
sorrindo mas sofrendo
os crimes do presente;
És a vítima deste mundo
onde se vive mas se vai morrendo,
que é ser mas não é gente.
sorrindo mas sofrendo
os crimes do presente;
És a vítima deste mundo
onde se vive mas se vai morrendo,
que é ser mas não é gente.
Tu dormes no chão
e não sabes das tuas irmãs
que te dizem servir na cidade;
queres comer mas não tens pão,
queres, talvez, viver sem amanhãs
nesta vida que não deixa saudade.
e não sabes das tuas irmãs
que te dizem servir na cidade;
queres comer mas não tens pão,
queres, talvez, viver sem amanhãs
nesta vida que não deixa saudade.
Mas descansa
que a vida ainda terá calor
e tu virás a ser feliz,
na vida também se alcança
a justiça que será amor,
e a paz que será juiz.
que a vida ainda terá calor
e tu virás a ser feliz,
na vida também se alcança
a justiça que será amor,
e a paz que será juiz.
E não penses nunca em mim
que mereço apenas morrer
carcomido pela mesquinha dor;
Olha com amor o teu jardim,
vê aquela flor que vai nascer
e não me chames senhor.
Imagem: Pintura de Orlando Gilberto Castro
que mereço apenas morrer
carcomido pela mesquinha dor;
Olha com amor o teu jardim,
vê aquela flor que vai nascer
e não me chames senhor.
Imagem: Pintura de Orlando Gilberto Castro
1 comentário:
Meu caro senhor jornalista, este belíssimo poema é de um autor chamado Orlando Castro - que por acaso tem outros tão belos quanto este - e foi publicado há uns meses no Malambas.blogspot.com
Hohohohohoho...
Kdd
EA
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