O vice-presidente da UNITA, Ernesto Mulato, passou por Lisboa e – tanto quanto vi – só o Diário de Notícias deu por isso e publicou hoje uma entrevista. Significa isto que os serviços de imprensa do maior partido da Oposição angolana funcionam mal? Significa que Angola é uma questão menor para os media portugueses?
Um dia destes, a UNITA alertou para a existência de "evidências" que podem colocar em causa o processo de transição democrática em Angola, entre as quais o que considera ser uma "escandalosa postura" dos órgãos de comunicação social estatais.
E se em Angola a situação é a retratada pela UNITA, em Portugal as coisas são diferentes. Nas ocidentais praias lusitanas, apesar de alguns rumores não confirmados, o Estado não tem uma “escandalosa postura” nos media. Não tem nem precisa de ter.
Então, voltamos ao busílis da questão, o que se terá passado para que os media portugueses não dessem fé da passagem do vice-presidente da UNITA?
Não é defeito dos serviços de imprensa do partido de Isaías Samakuva que, no seu âmbito, trabalham razoavelmente bem. Não podem, contudo, é obrigar os media portugueses a deixarem de confundir a estrada de Beira com a beira da estrada.
Resta a última questão, já bem (de)batida aqui no Alto Hama. Angola é uma questão menor para os media portugueses (que não para os portugueses), a não ser que andem aos tiros em Luanda (sim, que se for noutra cidade já tenho dúvidas). E se é assim com Angola, o que será com a Guiné-Bissau?
Para além disso, importa dizê-lo, a metodologia seguida pelos serviços de imprensa da UNITA é bem diferente da seguida pelo MPLA. Isto é, apesar da geral indiferença em relação a Angola, o pessoal do Governo de Luanda sabe bem como, quando e onde actuar para que um espirro de um qualquer dos seus membros provoque uma gripe em Lisboa.
Um dia destes, a UNITA alertou para a existência de "evidências" que podem colocar em causa o processo de transição democrática em Angola, entre as quais o que considera ser uma "escandalosa postura" dos órgãos de comunicação social estatais.
E se em Angola a situação é a retratada pela UNITA, em Portugal as coisas são diferentes. Nas ocidentais praias lusitanas, apesar de alguns rumores não confirmados, o Estado não tem uma “escandalosa postura” nos media. Não tem nem precisa de ter.
Então, voltamos ao busílis da questão, o que se terá passado para que os media portugueses não dessem fé da passagem do vice-presidente da UNITA?
Não é defeito dos serviços de imprensa do partido de Isaías Samakuva que, no seu âmbito, trabalham razoavelmente bem. Não podem, contudo, é obrigar os media portugueses a deixarem de confundir a estrada de Beira com a beira da estrada.
Resta a última questão, já bem (de)batida aqui no Alto Hama. Angola é uma questão menor para os media portugueses (que não para os portugueses), a não ser que andem aos tiros em Luanda (sim, que se for noutra cidade já tenho dúvidas). E se é assim com Angola, o que será com a Guiné-Bissau?
Para além disso, importa dizê-lo, a metodologia seguida pelos serviços de imprensa da UNITA é bem diferente da seguida pelo MPLA. Isto é, apesar da geral indiferença em relação a Angola, o pessoal do Governo de Luanda sabe bem como, quando e onde actuar para que um espirro de um qualquer dos seus membros provoque uma gripe em Lisboa.
1 comentário:
Hoje não posso deixar de acrescentar algumas achegas.
Começo por agradecer o quase elogio. É verdade, fazemos o que podemos para manter os media portugueses informados do que se passa em Angola.
Também é verdade que não andamos com os bolsos cheios de dólares para comprar jornais e jornalistas. Não os temos (aos dólares) e se os tivéssemos as prioridades seriam sempre outras, sem desprimor algum para com a classe jornalística portuguesa.
Quanto ao desinteresse por parte dos media portugueses em relação ao que se passa em Angola, não é de hoje, é apenas o jornalismo que se faz em Portugal.
Repare-se por exemplo quantas linhas diárias se gastaram em alguns jornais com a morte de um ex-espião russo. Será isso mais importante para Portugal do que o que se passa num País que neste momento é o principal destino dos investimentos portugueses no estrangeiro ? Num País que é responsável por parte considerável dos lucros de alguns grupos bancários portugueses ? Num País que ainda recentemente comprou uma fatia importante da maior empresa não financeira portuguesa, a GALP ?
E não quero referir aqui as ligações emocionais, por ser redundante. Bastará pesquisar na net para se descobrir as dezenas de sites e blogs, onde centenas, mesmo milhares de portugueses matam saudades da terra que conheceram ou que os viu nascer.
Mas os Angolanos, os que tentam reconstruir um País, que tentam preservar a Paz, que tentam estabelecer a Democracia que tanto demora a chegar, sabem que em Portugal contam com o Povo e pouco mais.
Para finalizar, o Engenheiro Ernesto Mulato também foi entrevistado pela Rádio Renascença e pela RDP África.
Os meus cumprimentos
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