sábado, dezembro 02, 2006

Mais do que a liderança da UNITA
importa pôr Angola acima de tudo

Isaías Samakuva, presidente da UNITA, corre o risco (natural em democracia) de ser preso por ter cão e por não ter. Como se já não bastasse a “guerra” política com o seu principal adversário (o MPLA), tem agora de enfrentar os que, no seu partido, põem as ideias de poder acima do poder das ideias. É meio caminho andado para dar a vitória ao partido que (des)governa Angola desde 1975.

Num reunião interna, que interna deveria ser, Samakuva fez fortes e graves acusações contra o Governo. Terá, inclusive, comparado o Governo do MPLA com o regime fascista colonial de Oliveira Salazar. Estará certo na análise que fez? A quem está de fora é legítimo questionar, interpretar e até contestar. No entanto, a quem pertence à equipa é, ou devia ser, voluntariamente vedada a análise fora da sede própria.

Mais preocupados com o poder interno do que com o futuro da Nação, alguns militantes com responsabilidades no partido, dão sinais de que querem discutir a liderança da UNITA na praça pública... dando trunfos ao MPLA.

Ao escolherem o local errado perdem a razão, se é que a têm. Importa, desde já, ter cuidado com a “ajuda” (obviamente desinteressada!) que o MPLA vai dar para dividir a UNITA.

Apelando a que todos os militantes da UNITA olhem para o futuro a partir dos ensinamentos do passado, espero que não chamem a onça para os ajudar a derrotar o cão. Quem em tempos o fez... já cá não está para contar que depois de vencerem o cão acabaram comidos pela onça.

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