sábado, dezembro 15, 2007

Futebol e política, política e futebol

Será um erro exigir que cada macaco esteja no seu galho? Será um erro exigir que futebol seja futebol, que política seja política? Se assim não for, e há muito que não é assim, continuaremos a ter uma perigosa promiscuidade entre estas duas importantes variantes da vida nacional.

Aliás, foi essa promiscuidade que fez com que o macaco acabasse por «comer» a mãe...

De há muito que os portugueses se habituaram a ver os agentes da vida pública todos misturados numa orgia colectiva que, cada vez mais, mostra que a moralidade e a equidistância são valores pouco relevantes para um país que está acostumado a jogar no sistema de todos a monte e fé em Deus.

Para comprovar tudo isso nem é preciso apelar à memória (também ela um valor irrelevante na nossa sociedade), basta olhar todas as semanas para as bancadas VIP dos estádios de futebol. Políticos pigmeus e pigmeus políticos lá estão, a propósito de tudo e de nada, em bicos de pés para que todos os vejam.

E então quando isso acontece com um campeão... é a cereja no cimo do bolo da promiscuidade.

Dir-se-ia que, mais uma vez, não basta ser sério. Também é preciso parecê-lo. Mas, infelizmente, alguns dos nossos políticos e alguns dos nossos dirigentes desportivos nem são sérios nem parecem sê-lo.

E quando, o que é raro, aparece um qualquer político a dizer que a obra prima do Mestre não é a mesma coisa que a prima do mestre de obras, logo surgem os arautos da desgraça a dizer que o Carmo e a Trindade vão cair.

E para que não caiam sugerem que tudo fique na mesma. Ou seja, políticos que são dirigentes desportivos, dirigentes desportivos que são políticos. Tudo para que, afinal, o país continue a cantar e a rir... embora de barriga cada vez mais vazia.

1 comentário:

MAH-TRETAS disse...

Grato pela visita .
Alto Hama com um conteudo de critica que gosto bastante.

Obrigado


Henriques