Os cidadãos em todo o mundo consideram que partidos, parlamentos, polícia e tribunais são as instituições mais atingidas por uma corrupção quotidiana generalizada, afirma um novo relatório da ONG Transparency International hoje publicado.
O relatório da Transparency International (TI) - hoje divulgado em Berlim, sede da organização não governamental denominado «O barómetro da corrupção global em 2007» e que incluiu inquéritos a 63.199 cidadãos de 60 países de todo o mundo, incluindo Portugal - indica que cerca de 70 por cento dos cidadãos considera os partidos políticos as instituições mais corruptas.
Depois dos partidos políticos, 55 por cento dos inquiridos escolheu os parlamentos e 50 por cento a polícia. A soma das percentagens é superior a 100 porque os inquiridos deram respostas múltiplas sobre os destinatários a quem pagaram «luvas».
O estudo indica ainda que cerca de 54 por cento dos inquiridos esperam que a corrupção aumente nos próximos três anos, 26 por cento aposta numa estabilização e 20 por cento num decréscimo.
Este documento «ilustra claramente que muito frequentemente os cidadãos são forçados a gastar, apesar dos seus baixos recursos duramente ganhos, para obter serviços que deveriam ser gratuitos», sublinhou a presidente da TI, a canadiana Huguette Labelle.
Em 2006, mais de um cidadão em cada dez deu «luvas» em 2006 para ter acesso a um serviço.
Em África, 42 por cento das pessoas inquiridas afirmaram terem pago pequenas somas de dinheiro em troca de um serviço, e na Ásia, esta percentagem atingiu os 22 por cento.
No conjunto dos países incluídos no estudo, 25 por cento dos cidadãos que estiveram em contacto com a polícia afirmaram que lhes foi pedido o pagamento de uma comissão.
Os magistrados pedem ou recebem frequentemente dinheiro, para acelerar, fechar ou mudar o andamento dos processos. No Paquistão, por exemplo, 96 por cento dos inquiridos que estiveram em contacto com tribunais foram forçados a praticar actos de corrupção.
De acordo com o relatório, na Rússia, cerca de 210 milhões de euros foram entregues anualmente a título de comissões para os tribunais.
Fonte: Lusa
Fonte: Lusa
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