Algo vai mal no Jornalismo angolano. Não me refiro ao do Estado (Jornal de Angola, Angop, Angonotícias, TPA etc.) pois esse nunca esteve bem e, aliás, nem de Jornalismo pode ser chamado. No entanto, a tacanhez com que de vez em quando nos brindam jornais de elevado profissionalismo e competência, como é o caso do Semanário Angolense (SA), é preocupante. Será apenas um sintoma passageiro?
Vem isto a propósito de uma das mais elementares regras do Jornalismo – citar as fontes, respeitando a verdade dos factos.
Vem isto a propósito de uma das mais elementares regras do Jornalismo – citar as fontes, respeitando a verdade dos factos.
No caso que envolveu a detenção do chefe da Casa Militar da Presidência da República de Angola e do chefe dos Serviços de Inteligência das Forças Armadas de Angola, Hélder Vieira Dias "Kopelipa" e de José Maria, e consequente desmentido da Presidência, o Semanário Angolense apenas se refere ao jornal Folha 8, esquecendo – voluntariamente? por imposição? – que o primeiro a dar a notícia foi o Notícas Lusófonas (NL).
Aliás, em Portugal, tanto a Agência Lusa como o Diário Digital dizem: “A «detenção» dos dois generais, tidos como os oficiais militares mais próximos do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, foi avançada há dias pelo site Notícias Lusófonas e pelo semanário Folha 8, de Luanda”.
Apesar de saber a cronologia da notícia, o SA resolveu esquecer – na mesma linha editorial imposta pela Presidência da República – o NL, apenas referindo o Folha 8 do meu amigo William Tonet.
Para além de lembrar um jornalismo caseiro, pouco consentâneo – repito – com o profissionalismo e competência que lhe reconheço, o SA prestou com a omissão do NL um bom serviço à causa oficial mas, igualmente, um péssimo serviço aos seus leitores e à liberdade de informação.
É pena.
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