terça-feira, janeiro 22, 2008

Jonas Savimbi e o Estado angolano

O túmulo do antigo líder e fundador da UNITA, Jonas Savimbi, morto em combate em Fevereiro de 2002, foi parcialmente destruído por um grupo de jovens, entretanto detidos pela polícia e identificados como pertencente à JMPLA, e que roubaram a placa de bronze em que estavam gravados o nome do malogrado, as datas do seu nascimento e falecimento e as circunstancias que envolveram o acontecimento.

Este actos não surgiram, creio eu, pelo facto de o secretário de Estado da Cooperação de Portugal, João Gomes Cravinho, ter comparado em Novembro de 2005, numa entrevista ao Expresso, Jonas Savimbi a Hitler, nem sequer devido à tese do ministro da Defesa de Angola, Kundy Paihama, de que os kwachas não são pessoas.


Aconteceram estes actos, como vão acontecer outros, porque o Estado angolano tarda em entender que com a morte de Savimbi, Angola, bem como África, perdeu um lutador pela liberdade que, com os muitos defeitos que tinha, não mandou os angolanos comer farelo (como o fez Kundy Paihama) nem disse que dava a comida que lhe sobrava aos cães e não aos pobres, como o fez Kundy Paihama, sem que nada lhe aconteça.

Aconteceram estes actos, como vão acontecer outros, porque o Estado angolano tarda em entender que não adianta tentar humilhar Jonas Malheiro Savimbi como fizeram as Forças Armadas de Angola (ou pelo menos parte delas). Eu sei que, mesmo morto, Jonas Savimbi atemoriza os militares de José Eduardo dos Santos e até o próprio presidente da República.

Aconteceram estes actos, como vão acontecer outros, porque o Estado angolano tarda em entender que tentar humilhar Jonas Savimbi é tentar humilhar uma grande parte do Povo Angolano.

Aconteceram estes actos, como vão acontecer outros, porque o Estado angolano tarda em entender que com a morte de Jonas Savimbi, África perdeu – goste-se ou não - um dos seus mais insignes filhos.

Aconteceram estes actos, como vão acontecer outros, porque o Estado angolano tarda em entender que Jonas Savimbi, ao contrário dos Kundy Paihamas do regime, tombou em combate ao lado das suas tropas e do Povo mártir, um apanágio só concedido aos Grandes da História.

Aconteceram estes actos, como vão acontecer outros, porque o Estado angolano tarda em entender que Jonas Savimbi deixou-nos como maior e derradeiro legado a sua coragem e o consentimento do sacrifício máximo que pode conceder um combatente da liberdade, a sua Vida.

Aconteceram estes actos, como vão acontecer outros, porque o Estado angolano tarda em entender que Jonas Savimbi, fiel aos princípios sagrados que nortearam a criação da UNITA, rejeitou sempre e categoricamente os vários cenários de exílios dourados, tendo sido o único dos líderes angolanos que sempre viveu e lutou na sua Pátria querida, a Ela tudo tendo dado e nada tendo tirado, ao contrário de outros com contas, palácios e mansões no estrangeiro.

Aconteceram estes actos, como vão acontecer outros, porque o Estado angolano tarda em entender que a UNITA não se define - sente-se. Que Jonas Malheiro Savimbi não se define - sente-se. Que Angola não se define - sente-se.

Quando o Estado angolano entender tudo isto, então sim, Angola será uma Nação e um Estado de Direito.

1 comentário:

Anónimo disse...

UNITA LUTEM PELA DEMOCRACIA QUE NAO EXISTE EM ANGOLA