domingo, janeiro 20, 2008

Para o ministro Paihama os cães são
mais importantes do que os angolanos

No passado dia 12, o Ministro da Defesa de Angola, Kundy Paihama, “botou faladura” num comício na Sede do Município da Matala e, quanto a mim, prestou um alto serviço ao país e até, digo-o em consciência, ao mundo democrático.

“Não percam tempo a escutar as mensagens de promessas de certos Políticos”, disse com o seu habitual brilhantismo oratório o ministro da Defesa, acrescentando: “Trabalhem para serem ricos”.

Digam lá que Kundy não é o espelho fiel do rei Eduardo dos Santos?

Continuemos com as verdades do ministro que, digo eu, deveriam fazer parte das enciclopédias políticas das universidades angolanas e, porque não?, de todo o mundo civilizado.

“Durmo bem, como bem e o que restar no meu prato dou aos meus cães e não aos pobres”, afirmou o Ministro da Defesa de Angola, Kundy Paihama. Não, não há engano. Reflectindo a filosofia basilar do MPLA, Kundy disse exactamente isso: o que sobra não vai para os pobres, vai para os coitados dos cães.

E por que não vai para os pobres?, perguntam vocês e eu também. Não vai porque não há pobres em Angola. E se não há pobres, mas há cães…

Continuemos com o discurso do ministro: “Eu semanalmente mando um avião para as minhas fazendas buscar duas cabeças de gado; uma para mim e filhos e outra para os cães”.

Nem mais, senhor ministro. A liga de protecção dos animais (dos cães, no caso) agradecem e certamente vão atribuir-lhe uma medalha de mérito.

É claro que, embora reconhecendo a legitimidade que os cães do ministro da Defesa de Angola têm para reivindicar uma boa alimentação, não posso deixar de dar um conselho aos milhões de angolanos que são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome.

Não. Não se transformem em cães para ter um prato de comida. Escolham antes dar um tiro nos cornos do ministro. Deste e de todos quantos, por não viverem para servir, não servem para viver.

8 comentários:

Camilo disse...

Orlando, Orlando...
Este "Kundi Paiama" nunca me enganou.
No "circo" nunca apareceu melhor.
Uma incógnita:
Vi "cair" tantos ministros, tantos secretários, tantos comissários,tantos administradores... mas o Kundi aguentou-se sempre.
Rodou uma data de ministérios.
Qual o segredo?
Ou por outra:
QUAL O... MISTÉRIO?!!!

ELCAlmeida disse...

Num país minimamente democrático o Ministro já tinha empacotado as suas coisas e abandonado o seu gabinete.
Mas como parece que quem manda em Angola são os militares a fazer fé nas cartas-anónimas que ameaçam os portadores da "Carta a Garcia"...
Só se pode dizer "Sem comentários"
Kdd
EA

Azul Diamante azul disse...

Sem comentários.

Simplesmente Bel

Anónimo disse...

Eis a democracia do barco-negreiro. Tantas promesas, o preço do petróleo sobe, a fome também. Pelas afirmações deste seguidor das piranhas, nota-se que os vapores do petróleo subiram-lhe ao que lhe resta dos neurónios. Está completamente senil, jovialmente louco.Serão lembrados no fumo dos pneus, construidos do petróleo.
Upanixade

Anónimo disse...

Não conhecia este blog e muito menos o seu autor mas, vim atrás desta notícia para lhe apanhar a meada.
Já deu para ver que o autor da notícia é alguém com uma mente recalcada e torturada por algo que deve estar no seu passado. mas isso não interessa. Apenas gostava que este senhor para além de levantar tanta poeira, dissesse onde, quando e quem ouviu isso?? Tem por acaso o registo desse trecho do discurso?? Digo isto por ter falado com alguém que esteve presente no local dessa alocução e me ter garantido que o ministro não disse nada disso!

altohama disse...

Ao anónimo que hoje (29) comenta este meu texto:

Recalcado ou não, tendo ou não comido o farelo recomendado por Paihama, tenho nome, chipala e endereço. Não me refugio no animato típico dos cobardes. Além disso, recomendo-lhe que utilize os dedos dos pés para contar até 12 e descobir onde a notícia foi publicada.

Orlando Castro

Anónimo disse...

Estou plenamente de acordo com a estratégia politíca adoptada pelo velho Paihama, neste processo eleitoral em que os partidos devém funcionar como orquestras, nem todos podem ser os maestros, alguns têm de ser os carregadores de piano e é isso que o Velho está a fazer e bem.

Gil Gonçalves disse...

Nunca aconteceu independência. Apenas um grupo de estranhos que davam os primeiros passos num grupo teatral, que improvisou uma farsa teatral. O tema da peça de teatro era a independência. E todos acreditaram que o teatro, o trato era real. Mas hoje já se viu, já se vê que tudo é irreal, uma ilusão, uma torpe mentira. A selvajaria empoleirou-se no poder.

São estes intelectualóides desiludidos e divididos na falsidade individual do apenas quererem saltar dos bastidores e para nos usarem. E autopromovem-se. Já estamos cansados de os aturar. Já nos ferem os ouvidos, os olhos e o espírito de tanto papaguear. E eles continuam no individual batalhar.

São apenas cães que recolhem, repartem as sobras do seu dono.