Centenas de jornalistas estão inscritos no Movimento Informação é Liberdade (MIL), entidade portuguesa que em breve terá uma comissão organizadora que promoverá uma assembleia geral para eleição dos seus órgãos sociais. Não faço parte do MIL porque me recuso a fazer figura de urso só porque isso convém à estratégia de marketing do director do circo.
De acordo com o MIL, “o objectivo, a curto e médio-prazo, é muito simples: o MIL será interlocutor em todos os processos de discussão de matérias de interesse para a classe dos jornalistas, como por exemplo a autoregulação e o acesso à profissão”.
E se o mais relevante para os jornalistas, “a curto e médio-prazo”, é a “autoregulação e o acesso à profissão”, não tenho dúvidas de que o MIL está a confundir a estrada da Beira com a beira da estrada, valorizando o acessório e esquecendo o essencial que, digo eu, vai muito além do umbigo de alguns, tenham ou não experiência curricular nas assessorias políticas e ou empresariais.
Quando o principal problema dos jornalistas portugueses é a perda da liberdade de expressão, não aceito fazer figura de urso só porque o primeiro-ministro é convidado de honra do circo mediático.
Quando, por questões de sinergia, se tenta uniformizar a informação de modo a cercear a diversidade de visões sobre o mesmo assunto (diapasão da liberdade), não aceito fazer figura de urso só porque o dono circo mediático viu o “urso” propriamente dito ser colocado como assessor de um qualquer político.
Quando, já ao dobrar da esquina, está a certeza de que um jornalista terá de escrever sobre o mesmo assunto para os jornais “A”, “B” e “C”, emitir o som para a rádio “D”, a imagem para a televisão “E” etc., vir-se dizer que a curto prazo devemos estar preocupados com a auto-regulação e com o acesso à profissão, é querer tapar o sol com uma peneira… sem sequer ter peneira, embora tendo peneiras.
Os jornalistas, os do MIL e muitos outros, estão como o tolo no meio da ponte. Não sabem se devem ir para a frente ou para trás. No entanto, preocupados com essa dúvida existencial, ainda não repararam que, afinal, nem ponte há...
De acordo com o MIL, “o objectivo, a curto e médio-prazo, é muito simples: o MIL será interlocutor em todos os processos de discussão de matérias de interesse para a classe dos jornalistas, como por exemplo a autoregulação e o acesso à profissão”.
E se o mais relevante para os jornalistas, “a curto e médio-prazo”, é a “autoregulação e o acesso à profissão”, não tenho dúvidas de que o MIL está a confundir a estrada da Beira com a beira da estrada, valorizando o acessório e esquecendo o essencial que, digo eu, vai muito além do umbigo de alguns, tenham ou não experiência curricular nas assessorias políticas e ou empresariais.
Quando o principal problema dos jornalistas portugueses é a perda da liberdade de expressão, não aceito fazer figura de urso só porque o primeiro-ministro é convidado de honra do circo mediático.
Quando, por questões de sinergia, se tenta uniformizar a informação de modo a cercear a diversidade de visões sobre o mesmo assunto (diapasão da liberdade), não aceito fazer figura de urso só porque o dono circo mediático viu o “urso” propriamente dito ser colocado como assessor de um qualquer político.
Quando, já ao dobrar da esquina, está a certeza de que um jornalista terá de escrever sobre o mesmo assunto para os jornais “A”, “B” e “C”, emitir o som para a rádio “D”, a imagem para a televisão “E” etc., vir-se dizer que a curto prazo devemos estar preocupados com a auto-regulação e com o acesso à profissão, é querer tapar o sol com uma peneira… sem sequer ter peneira, embora tendo peneiras.
Os jornalistas, os do MIL e muitos outros, estão como o tolo no meio da ponte. Não sabem se devem ir para a frente ou para trás. No entanto, preocupados com essa dúvida existencial, ainda não repararam que, afinal, nem ponte há...
3 comentários:
Caríssimo.
Acredito que o "MIL" está na contramão da história. O mundo moderno, com recursos tecnológicos mais acessíveis a um número maior de classes, o mercado deixará de exigir diploma para exigir competência. E isto, você deve saber, muitos possuem diploma mas a competência passa ao largo. Com os blogs, portais alternativos, logo essa regulamentação deixará de ter sentido para o jornalista.
"Centenas de jornalistas?"
Eheheh :-)
Essa é a piada do ano...
Resposta ao Paulo F. Silva:
Segundo o blogue do MIL estão inscritos (estão lá os nomes) mais de 700 pessoas. Eu sei, 700 pessoas não significam 700 jornalistas. Daí que, com a minha habitual afro-benevolência, falei de centenas.
Enviar um comentário