quinta-feira, janeiro 10, 2008

Se o possível é feito todos os dias
vou tentando fazer o impossível

Como comecei esta aventura do Alto Hama há mais ou menos ano e meio, achei por bem fazer um balanço. É um motivo como outro qualquer. Poderia dar-me para falar do aeroporto de “jamais” deserto de Alcochete, mas deu-me para aqui. Nada a fazer. Fui então, enquanto José Sócrates dizia que Mário Lino “jamais” deixará de ser seu ministro, ver o primeiro texto que publiquei. Pareceu-me digno de ser recuperado, sobretudo porque responde aos rosas que dizem que sou laranja, aos laranjas que dizem que sou rosa, sem terem ainda percebido que aqui cabem todas as cores.

É só mais uma das facetas desta aventura de acreditar que as palavras voam, mas os escritos são eternos. Tão eternos quanto o engenho e a arte de quem entende que dizer o que pensa ser a verdade é uma das qualidades mais sagradas.

Alto Hama é uma pequena localidade da minha amada Angola. É, igualmente, o nome da secção que assino (por especial, e também eterna, amizade do António Ribeiro) no Notícias Lusófonas. Além disso é o nome de um livro que foi apresentado em Setembro de 2006 na Casa de Angola de Lisboa, prefaciado pelo mestre Eugénio Costa Almeida e dedicado ao Fernando Frade de quem disse, digo e direi que igual pode haver, melhor não.

Alto Hama é, tal como a localidade, um cruzamento que dá acesso a todos os pontos de vista. No entanto, se a minha liberdade termina onde começa a dos outros, também a dos outros termina onde começa a minha.

Além de tudo, importa dizê-lo, é um desafio para quem faz da escrita uma forma de vida. Tarefa impossível? Não. Mas mesmo que o fosse eu estaria na primeira linha. É que o possível faço eu todos os dias.

Obrigado a todos. Aos inimigos que são para o Alto Hama um estímulo. Aos amigos que representam o melhor da vida. Aos que me estendem a mão quando tropeço numa pedra mas, sobretudo, aos que tiram a pedra antes de eu passar e que – reconheço – dificilmente saberei quem são.

Legenda: Dois "malucos" à porta da Casa de Angola, em Lisboa. O da direita é o meu Irmão Fernando Frade

3 comentários:

Camila disse...

Tantas vezes na minha infância e inicio de juventude atravessei o Alto Hama, a caminho do meu saudoso Bailundo.

Ainda hoje, já como adulto, continuo a passar por "ele".

Cumprimentos.

ELCAlmeida disse...

E não penses que com esta lenga-lenga vais deixar cair o Alto Hama. Mais depressa permitiríamos que caísse o Zedu...
Kandandu
EA

Anónimo disse...

Parabéns por esse ano de trabalho árduo que eu sei que é manter um blogue.
Do Alto Hama a idade não me permite lembrar, mas do Huambo onde cresci lembro-me de algumas coisas. É bom por isso entrar neste blogue e ter contacto com esse pedacinho de Angola e não só.
Continue...

Saudações lusoafricanas
Mayra Fernandes

www.lusoafrica.net