quarta-feira, julho 30, 2008

Chega de dizer mal de José Sócrates!

Os jornalistas fartam-se de inventar mentiras para prejudicar o governo socialista das ocidentais praias a norte de Marrocos. E depois queixam-se. Onde será que descobriram que os portugueses nunca estiveram tão pessimistas?

Francamente. Anda José Sócrates a suar as estopinhas para agora aparecerem uns fulanos a dizer que o indicador de confiança atingiu em Junho o valor mais baixo de sempre. É preciso ser ingrato.

A confiança dos consumidores portugueses desceu para um valor mínimo desde que há registos, já lá vão mais de 20 anos. Outra vez a atacar o engenheiro que colocou o país na rota (de colisão)?

Assim não vale. Eu sei que o indicador foi hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Mas que raio. Não há maneira de dizer ao INE que ou se porta bem ou sujeita-se a que lhe vão às fuças?

As famílias estão a antecipar um agravamento da evolução do País e dizem que a situação financeira vai ficar pior e estão igualmente pessimistas em relação ao desemprego. Sem razão, está bom de ver. Nunca o reino esteve tão bom. Que o digam os filhos do PS.

Mas não são apenas as famílias, os empresários também olham com desconfiança para o futuro. E não há sector que escape a esta onda negativa: indústria, comércio, serviços, construção. Também estes? Que raio. Vejam o que se passa num país que é próximo de José Sócrates, no caso o Burkina Faso.

1 comentário:

Anónimo disse...

O Engº Sócrates parece gostar muito de estatísticas e, as dele são sempre boas, eis a razão:

A Estatística ao serviço da política

As estatísticas, essas há-as para todos os gostos. Há quem se refira a elas a torto e a direito, principalmente os políticos quando querem provar o valor das suas decisões. Mas as estatísticas respondem conforme a conveniência desde que haja a habilidade suficiente para preparar os questionários mais adequados que lhes servem de base.

A "Média" é muito utilizada para demonstrar uma realidade que pode não existir. O seu cálculo é muito simples: somam-se os valores de cada uma das ocorrências (rendimentos, anos de escolaridade, esperança de vida, número de pães comidos, etc) e divide-se pelo o número total de ocorrências.

Exemplo 1 - Num grupo de 10 pessoas: 9 ganham 100€ e 1 ganha 100.000€. Concluímos ganham uma média de 10.090€ cada uma. Nada mau!

Exemplo 2 – Num grupo de 100 pessoas: 80 não têm acesso à saúde preventiva e mesmo em situações agudas têm extrema dificuldade de aceder aos cuidados de saúde, mas as outras 20, de um grupo privilegiado, fazem “check up’s” regulares e saúde preventiva; aos primeiros sinais de doença são rapidamente assistidos no hospital, em casa ou vão ao estrangeiro. A “esperança de vida” destes 20 é muito superior à dos outros 80. Assim, poderão obter-se valores médios de esperança de vida muito bons que nada têm que ver com os 80% de desfavorecidos.

Exemplo 3 – Num país os alunos têm uma escolaridade obrigatória de 6 anos e transitam de ano apenas à medida que os conhecimentos adquiridos são comprovados em exame sério e exigente; Noutro país os alunos têm uma escolaridade obrigatória de 12 anos mas transitam automaticamente de ano e ao fim de 12 anos de escolaridade todos possuem o 12º ano. Quando as estatísticas forem confrontadas os últimos parecem melhor habilitados, mas será que é verdade? São realidades que não podem ser comparadas. Se queremos mostrar sucesso no nosso sistema de ensino e dizer ao mundo que temos uma população com alto nível de escolarização? Então o melhor será optar-se pelo 2o caso, embora haja inconvenientes: temos um sistema desmotivador, que não selecciona os melhores, que cria apenas gente incapaz e incompetente. Nem será o ambiente mais adequado para os mais empenhados e inteligentes porque não motiva o estudo.

Exemplo 4 – Se quisermos fazer uma estatística sobre o desemprego obteremos resultados diferentes: 1º caso) se considerarmos como desempregados todos os indivíduos adultos que não estando doentes não trabalham nem estão em formação; 2º caso) se considerarmos apenas como desempregados os indivíduos adultos que não estando doentes não trabalham nem estão em formação mas que estão inscritos nos Centros de Desemprego. Este número é menor e vai apresentar um número menor de desempregados. Se para ser considerado desempregado a inscrição tiver que ser validada regularmente, quanto menor for o prazo, menor será o número de desempregados. Temos resultados diferentes para uma mesma realidade.

As estatísticas valem o que valem e desconfio muitas delas.

Zé da Burra o Alentejano