Angola vai a votos no dia 5 de Setembro. Esperemos que a democracia vença e que, desta vez, o Povo fique a ganhar. Não será fácil, mas é possível. Está nas mãos dos angolanos mostrar que são diferentes, para melhor. Para muito melhor.
Estando os partidos em velocidade de ponta numa campanha eleitoral desigual, começa a notar-se fora de Angola – em Portugal mais exactamente – que a razão da força (dos dólares, neste caso) vai valer mais, muito mais, do que a força da razão.
Não que o que se mostrar, disser ou escrever nas ocidentais praias lusitanas a norte de Marrocos e das quais o senhor José Sócrates (grande amigo do presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos) é dono e senhor, vá alterar ou influenciar grandemente o resultado eleitoral.
A estratégia é outra. Passa por utilizar a comunicação social amiga para dar cobertura, legitimidade e transparência a eventuais e, na minha óptica mais do que prováveis, vigarices.
Os bons negócios que Portugal fez nos últimos tempos com Angola, mesmo que a bajulação de Sócrates ao presidente do partido que governa(?) Angola desde 1975 seja chamada de diplomacia económica, já se integram nessa estratégia.
Também os fortes investimentos das empresas e dos empresários do MPLA (é um sofisma dizer-se que são de empresas angolanas) em Portugal fazem parte de uma sementeira que, agora e ainda mais nos próximos tempos, visa não só calar os críticos como ampliar os bajuladores.
Não sei (isto é...) porque carga de chuva assessores do poder em Portugal, embora salvaguardados pelo caquéctico chavão de “este é um contacto informal e feito a título pessoal”, estão a procurar saber que tipo de cobertura se vai fazer das eleições em Angola e quem são os jornalistas que vão tratar do assunto.
Não é, está bom de ver, com o intuito de influenciar seja o que for. É apenas (pois caro!) com a ideia de pugnar pela liberdade de expressão e, ainda, pelo direito de todos serem informados com rigor e isenção. Estão a ver, não estão?
Curiosamente, em alguns casos, também em contactos informais e a título pessoal, gente próxima do poder em Angola está a querer saber as mesmas coisas. É, pois, de enaltecer esta sacerdotal e coincidente preocupação com o rigor, a liberdade e a isenção.
Ainda no âmbito dos contactos informais e a título pessoal, toda estes filantropos ficam à disposição “para ajudar no que for preciso”. Portanto, todos os produtores de conteúdos portugueses podem estar descansados.
1 comentário:
Ta bom? Olha Castro, estive a ver os teus textos na integra, sao de uma capacidade tal de colocar as coisas que nenhum "outro" o poderia fazer. Penso que acreditas que estas a contribuir para a melhoria do estado de coisas, e parabens pela homenagem ao Mandela. Noa Inacio (noainacio.blogspot.com)
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