A Rússia aproveita tudo para criticar as opções dos EUA. Depois de ter dito que os testes de mísseis do Irão provam que não é preciso nenhum escudo antimíssil na Europa, Moscovo critica agora as opções em relação ao Zimbabwe.
"A política de sanções que os EUA querem impor, no âmbito do Conselho de Segurança da ONU. ao Zimbabwe pode criar um perigoso precedente de ingerência nos assuntos internos de países independentes e soberanos", afirma o Governo de Vladimir Putin, explicando assim o veto russo que, na circunstância, contou entre outros com o apoio da China.
Falhou, por isso, a tentativa do Conselho de Segurança de, através de sanções, levar o presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, a negociar com a Oposição uma saída para a crise.
Reagindo à posição russa e chinesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Miliband, considerou-a "incompreensível e decepcionante" porque, explicou, "o povo do Zimbabwe não compreende que a Rússia, que se tinha comprometido há dias na cimeira do G8, no Japão, a tomar medidas, financeiras e de outro tipo, se tenha oposto a uma iniciativa decisiva e oportuna do Conselho de Segurança para restabelecer a ordem no país".
Embora a resolução tenha sido redigida pelos EUA, a sua não aprovação representa uma clara derrota do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que tem liderado as pressões contra Robert Mugabe e dava como certa a implementação de sanções por força do Conselho de Segurança.
Moscovo sustenta ainda que "as violações à lei no Zimbabwe, bem como os actos de preocupante violência, devem-se tanto às autoridades afectas ao presidente Mugabe como à Oposição", acrescentando que a situação "não constitui uma ameaça nem à paz e segurança regional, e muito menos à paz e segurança internacional e não exige, por isso, o usode sanções".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo afirma-se convencido de que "a solução dos problemas internos do Zimbabué - e eles existem realmente - deve ser procurada através do diálogo político entre o Governo do Zimbabué e a Oposição".
Comentando o veto, Robert Mugabe disse estar "feliz por haver políticos no Mundo que não alinham com as estúpidas ideias dos dirigentes britânicos".
"Todos os que nos compreendem, sejam russos, chineses, sul-africanos ou outros são os maiores," afirmou Mugabe.
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
1 comentário:
quem assassina na tchetchenia,como o faz a Russia não pode condenar o Mugabe.
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