A escolha, entre outros, do deputado socialista Ricardo Rodrigues para liderar a lista às eleições do próximo dia 5 peloes Açores revela o que é, de facto e de jure, a política “made in Portugal”.
Ricardo Rodrigues, recorde-se, é aquele ilustre socialista que foi filmado a furtar (ele chamou-lhe “tomar posse”) dois gravadores a jornalistas da revista Sábado.
Os que são do PS comem qualquer coisa. Mas aqueles (se é que existem) que são livres, que não são fanáticos, que (ainda) têm coluna vertebral e que pensam pela sua própria cabeça vão, com certeza, ponderar o oportunismo eleitoral da escolha.
A escolha mostra que José Sócrates continua a pensar que os portugueses continuam a ser – como dizia Guerra Junqueiro - “um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas”.
Mostra ainda que o líder do PS pensa que os portugueses são “um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta”.
Afinal, como quer José Sócrates, em Portugal vai continuar a exisitir “uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro”.
Tudo isto mostra ainda que Portugal continua à espera de quem acabe com “um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto defazer dela saca-rolhas”.
Por outras palavras, é urgente que Portugal acabe com os “partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar”.
Os que são do PS comem qualquer coisa. Mas aqueles (se é que existem) que são livres, que não são fanáticos, que (ainda) têm coluna vertebral e que pensam pela sua própria cabeça vão, com certeza, ponderar o oportunismo eleitoral da escolha.
A escolha mostra que José Sócrates continua a pensar que os portugueses continuam a ser – como dizia Guerra Junqueiro - “um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas”.
Mostra ainda que o líder do PS pensa que os portugueses são “um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta”.
Afinal, como quer José Sócrates, em Portugal vai continuar a exisitir “uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro”.
Tudo isto mostra ainda que Portugal continua à espera de quem acabe com “um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto defazer dela saca-rolhas”.
Por outras palavras, é urgente que Portugal acabe com os “partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar”.
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