Pedro Passos Coelho diz que tem uma ligação pessoal a África que lhe confere uma sensibilidade especial para os problemas dessas comunidades. Será que o líder do PSD é um português africano ou, apenas, um português europeu?
Segundo a Lusa, Pedro Passos Coelho, considerou que é "o mais africano de todos os candidatos ao Parlamento", pela sua ligação pessoal a África, por ter uma mulher da Guiné-Bissau e uma filha que "também é africana" e, talvez, por ter bebido água do Bengo (Angola).
"Posso-vos garantir que eu sou o mais africano de todos os candidatos ao Parlamento que existem em Portugal", declarou Pedro Passos Coelho, durante um encontro com imigrantes, na Amadora.
"E, não querendo que isto seja uma desculpa, que não é, a verdade é que podem ter a certeza de que eu tenho uma sensibilidade muito especial para tudo o que são os problemas destas comunidades. A minha raiz pessoal está muito ligada a África, também. Praticamente posso dizer que casei com África", acrescentou o presidente do PSD.
Será para acreditar?
Nesta altura do campeonato eleitoral, se calhar todos os políticos portugueses têm alguma coisa de africano. Mas alguém ouviu Passos Coelho dizer, por exemplo, que em Angola apenas 38% da população angolana tem acesso a água potável e somente 44% dispõe de saneamento básico?
Ou Cavaco Silva recordar que 68% da população angolana é afectada pela pobreza, que a taxa de mortalidade infantil é a terceira mais alta do mundo, com 250 mortes por cada 1.000 crianças?
Ou José Sócrates dizer que apenas um quarto da população angolana tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade?
Claro que não. Também é certo que ninguém ouviu Pinto Balsemão recordar que em Angola 12% dos hospitais, 11% dos centros de saúde e 85% dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, da falta de pessoal e de carência de medicamentos?
Ou Belmiro de Azevedo recordar que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação é agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de ensino?
Ou António Pires de Lima (Presidente da Comissão Executiva da UNICER e dirigente do CDS/PP) dizer que 45% das crianças angolanas sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos?
Ou Jorge Coelho (Mota-Engil) dizer que, em Angola, a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o cabritismo, é o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos?
Ou Armando Vara (presidente da Camargo Corrêa para África) dizer que 80% do Produto Interno Bruto angolano é produzido por estrangeiros; que mais de 90% da riqueza nacional privada é subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população; que 70% das exportações angolanas de petróleo tem origem na sua colónia de Cabinda?
Por outro lado, recordo-me – por exemplo – de que no dia 9 de Julho de 2004, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, defendeu a criação de um Ministério para a Lusofonia, independente do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e a "naturalização de todos aqueles que queiram ser portugueses".
Ou que, agora pela mão eleitoral do PS, partido que governa Portugal, surgiu a ideia do Estatuto do Cidadão da CPLP, que na prática poderia proporcionar a livre circulação de pessoas oriundas dos países de expressão portuguesa.
É verdade. Nesta altura “ser” africano é barato e pode dar alguns importantes votos. Depois disso os políticos vão continuar a gozar com a chipala dos matumbos portugueses e africanos...
"Posso-vos garantir que eu sou o mais africano de todos os candidatos ao Parlamento que existem em Portugal", declarou Pedro Passos Coelho, durante um encontro com imigrantes, na Amadora.
"E, não querendo que isto seja uma desculpa, que não é, a verdade é que podem ter a certeza de que eu tenho uma sensibilidade muito especial para tudo o que são os problemas destas comunidades. A minha raiz pessoal está muito ligada a África, também. Praticamente posso dizer que casei com África", acrescentou o presidente do PSD.
Será para acreditar?
Nesta altura do campeonato eleitoral, se calhar todos os políticos portugueses têm alguma coisa de africano. Mas alguém ouviu Passos Coelho dizer, por exemplo, que em Angola apenas 38% da população angolana tem acesso a água potável e somente 44% dispõe de saneamento básico?
Ou Cavaco Silva recordar que 68% da população angolana é afectada pela pobreza, que a taxa de mortalidade infantil é a terceira mais alta do mundo, com 250 mortes por cada 1.000 crianças?
Ou José Sócrates dizer que apenas um quarto da população angolana tem acesso a serviços de saúde, que, na maior parte dos casos, são de fraca qualidade?
Claro que não. Também é certo que ninguém ouviu Pinto Balsemão recordar que em Angola 12% dos hospitais, 11% dos centros de saúde e 85% dos postos de saúde existentes no país apresentam problemas ao nível das instalações, da falta de pessoal e de carência de medicamentos?
Ou Belmiro de Azevedo recordar que a taxa de analfabetos é bastante elevada, especialmente entre as mulheres, uma situação é agravada pelo grande número de crianças e jovens que todos os anos ficam fora do sistema de ensino?
Ou António Pires de Lima (Presidente da Comissão Executiva da UNICER e dirigente do CDS/PP) dizer que 45% das crianças angolanas sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos?
Ou Jorge Coelho (Mota-Engil) dizer que, em Angola, a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o cabritismo, é o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos?
Ou Armando Vara (presidente da Camargo Corrêa para África) dizer que 80% do Produto Interno Bruto angolano é produzido por estrangeiros; que mais de 90% da riqueza nacional privada é subtraída do erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população; que 70% das exportações angolanas de petróleo tem origem na sua colónia de Cabinda?
Por outro lado, recordo-me – por exemplo – de que no dia 9 de Julho de 2004, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, defendeu a criação de um Ministério para a Lusofonia, independente do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e a "naturalização de todos aqueles que queiram ser portugueses".
Ou que, agora pela mão eleitoral do PS, partido que governa Portugal, surgiu a ideia do Estatuto do Cidadão da CPLP, que na prática poderia proporcionar a livre circulação de pessoas oriundas dos países de expressão portuguesa.
É verdade. Nesta altura “ser” africano é barato e pode dar alguns importantes votos. Depois disso os políticos vão continuar a gozar com a chipala dos matumbos portugueses e africanos...
Sem comentários:
Enviar um comentário