As eleições legislativas em Angola foram marcadas para 5 e 6 de Setembro de 2008, anunciou o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na sua mensagem de ano novo. Em teoria, que acredito ser de boa fé, o Presidente sublinhou a necessidade de afastar do período eleitoral "a violência verbal ou física", pedindo "respeito pela opinião e pelas ideias alheias".
Será que, das muitas coisas más que os portugueses deixaram no sangue dos angolanos, se assistirá ao velho provérbio: olhai para o que eu digo e não para o que eu faço?
É que, apesar de cinco anos de ausência de tiros (a paz é outra coisa), temo que os velhos hábitos continuem a marcar pontos, pondo a razão da força acima da força da razão.
Pelo que se vê, sobretudo na Imprensa, há muita gente (de ambos os lados, reconheça-se) com vontade de ajustar velhas contas numa altura em que a reconciliação (e, talvez, a paz) é mais do que necessária à sobrevivência do país.
Eduardo dos Santos, o Governo, o MPLA e a Oposição têm agora alguns meses para mostrarem, não tanto ao Mundo mas sobretudo aos angolanos, que o país é mesmo um Estado de Direito onde não há cidadãos de primeira e de segunda.
Angola tem (quase) tudo para mostrar, para comprovar, que pode ser, de facto e de jure, um exemplo para África e, consequentemente, para o Mundo.
Não desiludamos.
Será que, das muitas coisas más que os portugueses deixaram no sangue dos angolanos, se assistirá ao velho provérbio: olhai para o que eu digo e não para o que eu faço?
É que, apesar de cinco anos de ausência de tiros (a paz é outra coisa), temo que os velhos hábitos continuem a marcar pontos, pondo a razão da força acima da força da razão.
Pelo que se vê, sobretudo na Imprensa, há muita gente (de ambos os lados, reconheça-se) com vontade de ajustar velhas contas numa altura em que a reconciliação (e, talvez, a paz) é mais do que necessária à sobrevivência do país.
Eduardo dos Santos, o Governo, o MPLA e a Oposição têm agora alguns meses para mostrarem, não tanto ao Mundo mas sobretudo aos angolanos, que o país é mesmo um Estado de Direito onde não há cidadãos de primeira e de segunda.
Angola tem (quase) tudo para mostrar, para comprovar, que pode ser, de facto e de jure, um exemplo para África e, consequentemente, para o Mundo.
Não desiludamos.
1 comentário:
O Império chinês, reconhecia há muito séculos a necessidade da crítica autorizada e criou, assim, um Conselho de Censores constituído por homens reputados pela sua erudição e sabedoria, aos quais se concedia o direito de criticar o Imperador e o seu governo. Infelizmente, como tudo o resto na China tradicional, essa instituição foi submetida a regras convencionais. Havia algumas coisas que os censores podiam criticar, particularmente o excessivo poder dos eunucos, mas se enveredavam por terrenos não convencionais da censura, o Imperador talvez esquecesse as imunidades de que gozavam (Bertrand Russell in Porque não sou Cristão).
O que acontece hoje, um pouco por todo o lado, é quase a mesma coisa. De modo amplo, a crítica é permitida, mas quando se sente que ela é realmente perigosa, o seu autor está sujeito a ser, de alguma forma punido.
Espero bem, Orlando, que os partidos políticos em Angola não se ajoelhem à espera de benesses do Poder e saibam (e queiram ) lutar em benefício de Angola e dos angolanos
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