terça-feira, maio 17, 2011

Ignorantes? Sim, mas com diploma

O sumo pontífice do PS, também primeiro-ministro, também ex-presente-futuro opositor a um governo com o FMI, afirmou hoje que “o líder do PSD ultrapassou todos os limites" ao dizer que o programa Novas Oportunidades pretende "certificar a ignorância".

Tem toda a razão. Todos sabem que, sem excepção, todos os 500 mil portugueses que utilizaram esse programa deixaram de ser analfabetos puros e passaram à categoria de analfabetos funcionais (sabem ler e escrever mas não lêem nem escrevem).

Além disso, reconheça-se, ficam muito mais perto do emprego dos seus sonhos: serem políticos, assessores, deputados etc..

O homem que às segundas, quartas e sextas diz uma coisa, e às terças, quintas e sábados outra diferente, e que dá pelo nome de José Sócrates, considerou que Pedro Passos Coelho revelou "ignorância" ao atacar o programa Novas Oportunidades e defender uma auditoria externa, porque essa análise já é efectuada e, "para além disso, referiu-se a esse programa dizendo que pretende certificar a ignorância, e aí passou todos os limites".

Mais uma vez o sumo pontífice (a quem até os socialistas inteligentes fazem vénias reveladoras da ausência de coluna vertebral) tem toda – pelo menos – razão. Conheço muito boa gente (isto é como quem diz!) que frequentou as Novas Oportunidades e arranjou logo emprego. O facto de terem anexado ao certificado o comprovativo de filiação no PS é mera coincidência.

Para José Sócrates, a crítica de Pedro Passos Coelho "ao exprimir o preconceito social, mostrou que ele não sabe do que fala", sendo "revelador da impreparação, da falta de conhecimento", pois "não hesita perante nada para atacar tudo, dizer mal de tudo, numa política de terra queimada que em nada contribui para afirmar a defesa dos interesses superiores do país".

Provavelmente quando ensaiou este pedaço de lengalenga o sumo pontífice estava a ver-se ao espelho. E bem que o espelho partiu quando Sócrates lhe perguntou se havia algum primeiro-ministro que tivesse feito mais pelo país do que ele.

O PSD diz que vai fazer, se formar governo, uma auditoria ao programa. O PS reagiu apontando a auditoria feita pela insuspeita Universidade Católica.

Os socialistas esquecem-se, como é seu hábito, de dizer que a avaliação da Universidade Católica Portuguesa foi à satisfação dos cidadãos envolvidos e não ao rigor das aprendizagens e à aplicação de milhares de milhões de euros.

3 comentários:

Fada do bosque disse...

AHAHAHAH Orlando bem visto! e esta hein? esta!
Um abraço

Anónimo disse...

AS NOVAS FACILIDADES

O Pinóquio ficou muito indignado
por criticarem as Novas Facilidades
que dão, a muita gente,
com as muito publicitadas Oportunidades,
a possibilidade de serem diplomados de repente.
Este programa deveria ser sujeito a uma avaliação
e, para o efeito, constitua-se uma comissão
presidida pelo que «ultrapassa os limites» dos valores,
o ladrão de gravadores,
dos Açores.
Assim o povo português ficará esclarecido
de que o Pinóquio é muito inteligente
por ter frequentado as Novas Facilidades
e ter finalmente conseguido
a licenciatura na Independente
(no quadro de honra das mediocridades).
E para esta história ter um final feliz,
reabram a Independente, com urgência,
ofereçam um diploma à deputada de Paris,
pode ser de Doutorada em Subserviência.
O Pinóquio, para calar a oposição,
deve constituir uma comissão de avaliação,
presidida pelo que «ultrapassa os limites» dos valores,
o ladrão de gravadores,
dos Açores.
A Bem da Nação.

Consulino Desolado

Maria disse...

Venham auditorias sim e muitas! Trabalhei durante anos no programa Novas Oportunidades por não ter conseguido trabalho noutra área. Por conhecer muito bem o programa e ter passado por várias entidades, não consigo defendê-lo. De facto, foi um programa para certificar ignorantes, sem qualquer dúvida. Este país precisa de cursos de alfabetização de adultos e de um ensino recorrente reestruturado. Os portugueses precisam de aprender, de ler, de ganhar cultura geral, de evoluir Não é com estes programas que o país avançará, podem estar seguros disso. Apenas servirá para atirar areia para os olhos para outros país que, perante os nossos dados estatísticos actuais, enganar-se-ão ao pensar que Portugal é, afinal um país letrado e em evolução! Pura ilusão!