O Tribunal de Leiria (Portugal), diz o JN, condenou hoje a 14 meses de prisão, um agente da PSP que em 2008, durante uma perseguição matou um assaltante de cobre. A pena ficou suspensa durante igual período.
A notícia recorda-me o que se passou em 4 de Outubro de 2006 quando um soldado da GNR de Matosinhos alvejou dois jovens (um deles mortalmente) durante uma perseguição automóvel. O militar foi detido por estar indiciado num crime de homicídio simples com dolo eventual e por outro crime do mesmo género, mas na forma tentada.
Em causa estavam, respectivamente, a morte de Vítor Hugo Carvalho da Cruz, de 21 anos, atingido com um tiro, e os ferimentos graves causados a Bruno Manuel Costa, de 17 anos, que foi alvejado na barriga e fora internado no Hospital de Santo António.
Se a morte de alguém é sempre de lamentar, a dor dos familiares é algo que todos devemos respeitar e compreender. Compreender até que peçam a pena de morte para o autor dos tiros.
Importa, contudo, ser mais racional. Estariam os jovens sóbrios e foram vítimas de malvadez do militar da GNR? Não. Estavam, segundo o relato de um dos sobreviventes, alcoolizados e na posse de uma pequena quantidade de haxixe.
Teriam os jovens respeitado a ordem de paragem dada pelos militares da GNR? Não. Segundo fonte da GNR, o condutor do Peugeot 106 levou a cabo "uma condução perigosa e desenfreada, galgando passeios e circulando em contra-mão” e “quase chocava frontalmente com um condutor".
Teriam os jovens no interior do carro apenas as suas coisas de uso pessoal? Não. Tinham uma arma de alarme adaptada para calibre 6,35 mm que, durante a fuga, arremessaram pela janela.
Hoje, tal como fiz em 2006, aconselho os militares ou polícias que zelam pela minha segurança a, das duas uma: levarem primeiro um tiro (ou, de preferência, dois ou três) e só depois dispararem ou abandonarem a profissão.
É que, se não for assim, acabam presos e acusados de homicídio. É caso para dizer: morram primeiro e disparem depois.
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