Ministro angolano avisa que Portugal pode ser (é) pobre, mas não deve ser mal agradecido. Ora aí está. Aprendam com quem… pode.
Numa altura em que Angola já a terceira principal origem das remessas de emigrantes portugueses (147 milhões de euros em remessas em 2011), o ministro das Relações Exteriores do regime angolano, Georges Chikoti, não poderia ser mais claro: Se Portugal rejeitar o investimento angolano, este será investido noutro lado.
No Parlamento Europeu, Martin Schulz criticou a visita -relâmpago que o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, fez em Novembro a Angola, na qual admitiu ir à procura de capital angolano para as privatizações em curso.
Embora tenha admitido desconhecer as declarações originais de Martin Shulz, o ministro das Relações Exteriores angolano argumentou que "as pessoas querem investir onde há oportunidades" e os "angolanos também".
"Portugal pode rejeitar, mas o dinheiro vai ter destino na mesma", respondeu Georges Chikoti à agência Lusa, à margem de uma palestra em Londres sobre a política externa angolana.
Depois da visita a Angola, o presidente do Parlamento Europeu disse: "Passos Coelho apelou ao Governo angolano a que invista mais em Portugal, porque Angola tem muito dinheiro. Esse é o futuro de Portugal: o declínio, também um perigo social para as pessoas, se não compreendermos que, economicamente, e sobretudo com o nosso modelo democrático, estável, em conjugação com a nossa estabilidade económica, só teremos hipóteses no quadro da UE".
Mais tarde, o dirigente europeu lamentou o que classificou como uma interpretação errada dos comentários, garantindo que não criticou Portugal, mas sim a falta de solidariedade na Europa.
No que respeita às remessas do emigrantes lusos, cada vez em maior número dado o dramático apelo do seu Governo para que zarpem do país, o Banco de Portugal afirma que as remessas totais dos emigrantes se mantiveram quase iguais às do ano anterior, com excepção dos residentes em Angola cujo crescimento foi de 10 por cento.
Nos números do Banco de Portugal, as remessas dos portugueses em Angola estavam assim em 2011 já bastante acima das recebidas de destinos tradicionais da emigração portuguesa, como os Estados Unidos da América (130 milhões de euros), a Alemanha (113 milhões), o Luxemburgo (68 milhões) ou o Canadá (40 milhões).
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