O secretário de estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, apela às estruturas sindicais para que reflictam sobre o impacto das greves em Portugal. Sobre o impacto de os portugueses terem cada vez mais a barriga vazia, o silêncio é a palavra de ordem.
Reafirmando os custos (“150 milhões de euros” na contas do Governo) da greve dos transportes públicos que hoje se realiza, o secretário de Estado pediu aos deputados (falava na Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas, onde está a ser ouvido a pedido do PS) para reflectirem nesse número "porque a economia não aguenta impactos dessa natureza".
O governante terminou afirmando que "temos todos de caminhar para a sustentabilidade das contas públicas".
Aos trabalhadores, Sérgio Monteiro pediu "compreensão para perceberem que este caminho de greve sobre greve afasta o país do caminho da consolidação".
Reafirmando que "não se pode pôr em causa aquilo que é o esforço do Governo num ano de poupança", pediu ainda aos sindicatos "especial sentido de responsabilidade" na actual conjuntura económica.
"Reflictam. Têm de ter consciência do impacto das suas decisões", afirmou o secretário de Estado.
Hoje, a federação que representa os sindicatos as principais empresas públicas de transportes - CP, Refer, CP/Carga, Carris (Lisboa), Transtejo, STCP (Porto) e Metropolitano de Lisboa - estão a realizar uma greve nacional em protesto contra os cortes no sector.
O direito à greve é garantido também a todos os jornalistas, independentemente da natureza do vínculo contratual, da posição hierárquica na empresa, da localização do posto de trabalho e da qualidade de associado. Mas eles não alinham nisso.
- Hoje, como ontem, quem fizer greve pode ir preparando informações sobre o centro de emprego mais próximo, fazendo contas quanto á maneira como vai arranjar novo emprego.
As empresas não podem recolher informações prévias sobre os jornalistas que tencionam ou não aderir a uma greve, nem os trabalhadores são obrigados a prestar essa informação, seja a que pretexto for, não podendo o seu silêncio sofrer qualquer sanção. Todas as iniciativas das empresas com esse objectivo devem ser denunciadas.
- Hoje, como ontem, o silêncio é entendido como deslealdade à entidade patronal e dá luz verde à entrada directa para a lista negra dos dispensáveis a troco de um prato de lentilhas.
O jornalismo não é uma actividade compreendida nas obrigações de serviços mínimos nem há qualquer restrição ou excepção legais ao direito de participação dos jornalistas numa greve, não podendo ser aceite qualquer pretexto imposto pelas empresas, inclusivamente o fecho de edições.
- Hoje, como ontem, tudo isto é fado, tudo isto é treta. Quem manda, sem direito a contestação, são os donos dos jornalistas e os donos dos donos.
A adesão dos jornalistas a uma greve consiste na sua não comparência ao trabalho e não carece de qualquer formalidade, nem sequer de justificação, nem prévia nem posterior, uma vez que o pré-aviso de greve constitui justificativo bastante.
- Hoje, como ontem, e até porque até prova em contrário os jornalistas são… culpados, o melhor é levar em conta a vontade dos donos, desde logo porque não há lei que proteja os escravos.
Os jornalistas em greve devem abster-se de permanecer no interior das redacções, mesmo que a pretexto de realização de tarefas que não se relacionem com a edição do dia. O eventual acesso aos locais de trabalho para efeito de verificação de adesões à greve deve ser feito de forma breve e discreta e sem interferir no direito a trabalhar de outras pessoas.
- Hoje, como ontem, o melhor é alegar que por razões de força maior (tipo prestação da casa, colégio dos filhos, contas na mercearia) o trabalho dignifica, mesmo quando há greve.
O êxito de uma greve também pode ser obtido através de pequenos mas importantes actos, tanto pelos trabalhadores em greve como por aqueles que não têm condições para cumprir a greve como gostariam, contribuindo para dar força a esta luta.
- Hoje, como ontem, as greves têm uma forte participação dos jornalistas. O mesmo não se poderá dizer dos muitos produtores de conteúdos e dos funcionários das redacções. Os primeiros, que são cada vez menos, têm a sagrada missão de dar voz a quem a não tem, os outros têm como missão ampliar a voz dos seus donos e a dos donos dos seus donos.
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