Portugal tem destas coisas. O que já não é mau. Nos últimos 20 anos mais do que duplicou a produção de azeite, de 26 mil toneladas para 68 mil, ao mesmo tempo que reduziu para metade o total de lagares.
É caso para confirmar (não seria preciso, mas fica sempre bem) que Portugal é cada vez mais um país de azeiteiros (“que ou quem produz ou vende azeite”). Talvez seja por isso que o Governo dá loas a todos os azeiteiros nacionais que são, de facto, boas pessoas e produzem algo de qualidade reconhecida internacionalmente.
Em 1990, ano que constituiu o ponto mais baixo que se conhece de produção de azeite, Portugal possuía quase mil lagares, para produzir 26 mil toneladas daquele produto alimentar.
Mas, passados pouco mais de 20 anos, o país já tinha reduzido para metade o número de lagares, ou seja, para pouco mais de 500, aumentando a produção de azeite para as 68 mil toneladas.
Se calhar, partindo deste exemplo de menos lagares mas mais e melhor qualidade, não seria mau adaptar a estratégia a outros azeiteiros (neste caso “indivíduos que exploram prostitutas, chulos”) que proliferam por aí, nomeadamente naquelas coisas a que chamam Assembleia da República, empresas públicas, semi-públicas e similares, mas que, tantas e tantas vezes, parecem mais prostíbulos.
Hoje, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, disse que o Partido Comunista devia “terminar com essa forma de política rasteira e baixa".
Foi então que Agostinho Lopes, ilustre deputado da praça lusitana, visivelmente exaltado, se virou para Santos Pereira e disse: "Não diga asneiras, porra!”.
Se estas pérolas prostibulares se juntar, entre outras e no âmbito do léxico político, a do deputado que rouba gravadores aos jornalistas, ou o “pensamento vazio” e a “agenda escondida”, fica-se com uma boa ideia do que eles andam a fazer à custa do Povo.
Mas há outras pérolas suínas já emblemáticas, como são os casos de um primeiro-ministro (José Sócrates) que se vira para um deputado e diz: "Manso é a tua tia, pá!"; de um deputado (Ricardo Rodrigues) que rouba – ele chama-lhe “tomar posse” – os gravadores aos jornalistas que o entrevistavam, ou o registo de frases como “espionagem política”, “sujeira”, “coscuvilhice” , “política de fechadura” e “domesticar os jornalistas”.
Isto, é claro, sem esquecer uma deputada (Joana Catarina Barata Reis Lopes, do PSD) que faz testes de… estupidez ligando para o 112.
Mas há coisas bem mais eruditas. É o caso de Vitalino Canas que explicou em tempos que “quando se fazem balanços é, certamente, para realçar aquilo que se fez bem. E foram tantas as coisas que fizemos bem, que não temos de perder tempo com o que fizemos mal.”
Foi com certeza por coisas destas que Eça de Queiroz disse que “os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão”.
1 comentário:
jajajaja ótimo artigo,
cumprimentos desde Chile
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