Há cada vez mais razões para os portugueses deixarem de ser piegas e terem orgulho no governo que escolheram, liderado por Pedro Miguel Passos Relvas Coelho.
Um em cada quatro portugueses vivia, em 2010, em risco de pobreza ou exclusão social, um número ligeiramente superior à média europeia, segundo dados divulgados hoje pelo Eurostat. Quando chegarem os 2011 vai ser o bom e o bonito. Já para não falar dos que 2012 reserva.
Os dados do Gabinete de Estatísticas da União Europeia (UE) indicam que a percentagem de portugueses a viver em risco de pobreza ou exclusão social aumentou de 2009 (24,9%) para 2010 (25,3%).
Estas pessoas encontravam-se em, pelo menos, numa das seguintes três condições: em risco de pobreza, em situação de privação material grave (tipo Cavaco Silva) ou a viverem em domicílios com intensidade de trabalho muito baixa.
Comentando estes dados, o presidente da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza afirmou à agência Lusa que estes números correspondem à realidade e que "a tendência é para aumentar". Quem diria?
"Ainda não temos dados, mas a situação já piorou em 2011", disse o padre Jardim Moreira, lembrando que "o desemprego leva necessariamente as pessoas a ficarem sem poder de compra" e, como consequência, alguns retiram os filhos da escola, outros emigram, entre outras situações.
"É um problema um bocado negro", comentou, acrescentando: "Quase todas as semanas, vemos empresas a fechar e, também quase todas as semanas, temos mais cortes, mais impostos. As pessoas aguentam, mas não sei até onde, vamos ver".
O dados do Eurostat referem que as crianças apresentam maior risco de pobreza e exclusão social do que o resto da população.
Na UE27, em 2010, 27% das crianças com menos de 18 anos foram afectadas, pelo menos, por uma das três formas de pobreza ou exclusão social, contra 23% da população em idade activa (18-64 anos) e 20% dos idosos (65 ou mais anos).
As crianças foram as mais afectadas em 20 estados-membros, enquanto que os idosos eram os mais atingidos na Bulgária, Eslovénia, Finlândia e Suécia. Na Dinamarca, foi a população em idade activa a mais afectada.
Os dados do Eurostat não referem a situação portuguesa, mas o padre Jardim Moreira adianta que Portugal é um dos países com um índice mais elevado de crianças pobres (24%).
"Com os pais no desemprego, muitas crianças deixam de ter apoio alimentar, qualidade de vida e outras abandonam a escola", adiantou.
Para o presidente da EAPN, as crianças são as que "vão sentir mais rápido a pobreza familiar".
Os idosos também são afectados porque a família não tem recursos para os acompanhar e abandona-os, disse, alertando que, se a vizinhança não se preocupar com eles, correm o risco de morrerem sós por fome e abandono, como tem vindo a acontecer.
O padre Jardim Moreira disse ver "com muita preocupação a contínua caminhada para um empobrecimento colectivo" porque não vê solução para o problema.
"As pessoas ficam cheias de medo pela sua insegurança e algumas são menos capazes de pensar e partilhar com os outros", acrescentou.
Para o responsável, "a resposta à crise passa por uma mudança de atitude do coração das pessoas, de mentalidade e de comportamento".
Em 2010, 115 milhões de pessoas (23,4% da população) viviam em risco de pobreza ou exclusão social, sendo as percentagens mais elevadas registadas na Bulgária (42%), Roménia (41%), Letónia (38%), Lituânia (33%) e Hungria (30%) e as mais baixas na República Checa (14%), Suécia e Holanda (ambos 15%), Áustria, Finlândia e Luxemburgo (todos 17%).
A União Europeia arrisca falhar o objectivo de baixar para 10% a taxa de abandono escolar precoce, até 2020, sendo Malta, Portugal e Espanha os países que apresentam as piores taxas.
Entretanto, para gáudio do regime esclavagista português, um relatório também hoje divulgado em Bruxelas, mostra que, segundo dados de 2010, Malta tem a maior taxa de abandono escolar (36,9%), seguida de Portugal (28,7%) e Espanha (28,4%).
O relatório constata, no entanto que Portugal e Espanha melhoraram a taxa de abandono escolar precoce, em relação a 2009 (31,2% em ambos os países), enquanto em Malta se manteve inalterada.
A média dos 27 Estados-membros era, há dois anos, de 14,1%, tendo baixado 0,3 pontos percentuais em relação a 2009.
Bruxelas destaca que, a manter-se a tendência verificada, o objectivo traçado de baixar a taxa de abandono escolar precoce para os 10% na média da UE até 2020 - não será alcançado.
Por outro lado, o bloco europeu não deverá também conseguir cumprir a meta de ter 40% de licenciados na população entre os 30 e os 34 anos de idade.
O relatório destaca que sete Estados-membros, incluindo Portugal, têm resultados abaixo dos 25%, enquanto a média europeia se situa nos 33,6%.
Vá lá, sorriam. Façam como os donos do país (ver foto) fazem…
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