Manuel Pinho decretou o fim da crise em 2007. Teixeira dos Santos em 2009. Passos Coelho não só a decretou para 2012 como decidiu aumentar em 50% o número de colocações de desempregados até 2013.
Porra! Assim vale a pena ter um governo. Uma resolução do Conselho de Ministros de hoje garante trabalho a mais três mil pessoas por mês.
O pomposo Programa de Relançamento do Serviço Público de Emprego inclui oito eixos e um conjunto de medidas que visam fomentar a captação de ofertas de emprego, cooperar com parceiros para a colocação de desempregados, reestruturar a rede de Centros de Emprego e Centros de Formação Profissional, entre outras.
Segundo o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, o diploma hoje aprovado visa "promover um acompanhamento mais próximo e mais regular do desempregado" e melhorar o desempenho do serviço público de emprego, "nomeadamente no que diz respeito à oferta e procura de emprego", incluindo alterações no funcionamento dos centros de emprego.
Agora é que vai ser. Até os que (ainda) têm emprego vão querer ficar desempregados para assim beneficiarem deste ovo de Colombo, verdadeiro e histórico achado da equipa liderada por Pedro Miguel Passos Relvas Coelho.
O diploma visa também, segundo Álvaro Santos Pereira, "a modernização do sistema de informação dos centros de emprego, o que irá facilitar a colocação de ofertas no portal 'netemprego' e permitirá a criação de um registo electrónico público de todas as ofertas de emprego captadas pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)".
Ou seja, não vão faltar armas e munições para os portugueses irem caçar elefantes. Só fica a faltar a informação sobre se essa espécie animal existe no… Alentejo.
Os desempregados inscritos nos centros de emprego vão ter um gestor de carreira (desempregado com gestor de carreira é obra!) para facilitar o regresso ao mercado de trabalho. A medida visa "permitir um acompanhamento contínuo dos desempregados pelo mesmo técnico, assegurando um conhecimento mais próximo das qualificações de cada um", facilitando a sua colocação e evitando novas dificuldades sempre que se desloca a um centro de emprego, explicou o ministro da Economia que, creio, com este programa se arrisca a ganhar um Nobel.
Álvaro Santos Pereira adiantou ainda que a rede de centros de emprego vai ser reestruturada e sujeita a fusões para se tornar "mais ágil" e que vão ser reduzidos cerca de 150 dirigentes, "que vão passar a desempenhar tarefas técnicas de apoio directo a desempregados".
O secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, frisou que estes dirigentes vão assegurar um acompanhamento mais próximo dos desempregados como gestores de carreira.
"Os responsáveis dos vários centros cujas posições serão eliminadas no decurso desta reestruturação poderão ter um contacto mais próximo com os desempregados através desta figura de gestor da carreira", disse Pedro Martins.
Álvaro Santos Pereira ressalvou que as alterações apresentadas contam com a participação activa dos empresários e dos sindicatos e foram consagradas no pacto assinado com os parceiros sociais.
Antevejo que, até para testar de uma forma pragmática este programa e as inerentes capacidades dos gestores de carreiras, os empresários poderão já acelerar os processos de despedimentos colectivos que têm na manga.
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