O ministro da Economia e Obras Públicas de Portugal, Álvaro Santos Pereira, disse hoje ver "com muita preocupação" os dados divulgados pelo Eurostat e que dão conta de uma taxa de 13,6% de desempregados.
Os portugueses até ficaram satisfeitos com a preocupação do ministro, o mesmo que afirmou em 14 de Novembro do ano passado que 2012 "irá marcar o fim da crise" e permitirá a Portugal retomar o crescimento da economia.
É claro que os escravos não sabem se a barriga vazia os manterá vivos durante este ano, nem se o fim da crise é para os milhões que têm pouco ou nada ou, pelo contrário, é apenas para os poucos que têm cada vez mais milhões. Mas isso pouco importa.
Segundo o ministro, "2012 será um ano determinante para Portugal e para a economia portuguesa", pois "certamente irá marcar o fim da crise e será o ano da retoma para o crescimento de 2013 e 2014".
Álvaro Santos Pereira disse que é "muito importante" que Portugal "perceba que os sacrifícios são absolutamente fundamentais para que o Estado possa pôr as suas contas em ordem".
É verdade. O Estado e a corja que lhe é coincidente ficam com as contas em ordem. Quanto aos escravos, os portugueses, esses ficam depenados, esqueléticos ou mortos. Mas, afinal, não é mesmo para isso que existem escravos?
Por sua vez, Cavaco Silva tem afirmado, como se nada tivesse a ver com o assunto, que "há limites para os sacrifícios" e que o Orçamento do Estado para 2012 tinha "falta de equidade fiscal", referindo-se à suspensão dos subsídios de férias e de Natal.
No caso de Cavaco Silva ainda se compreende. Ele chegou há pouco tempo à vida do país. Só foi primeiro-ministro de 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995, presidente da República eleito em 22 de Janeiro de 2006 e reeleito em 23 de Janeiro de 2011…
Já o ministro reafirmou aquilo que mantém os cemitérios cheios, ou seja, as (boas, diz ele) intenções do Governo em colocar no terreno políticas para aumentar a competitividade e baixar o défice externo.
Santos Pereira acredita que, depois de deitar borda fora o excesso de carga (os portugueses), o governo voltará a pôr a pôr a caravela portuguesa a flutuar.
Se acaso o conseguir, resta saber onde é que o barcaça vai emergir (provavelmente, na melhor da hipóteses, será nas águas territoriais de Marrocos) e se a bordo ainda haverá algum sobrevivente.
Valha ao menos o facto de, segundo o ministro da Economia, 2012 marcar o fim da crise. Para muitos portugueses esse será também o fim. Isto porque se prevê que em 2012 muitos deles estejam já a saber viver sem comer.
Se calhar, no exacto momento em que vão conseguir atingir tal desiderato… morrem. Mas aí a culpa não será com certeza do Governo porque, ao que parece, lhes fornecerá todos os instrumentos para terem sucesso…
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