O grupo RTP (Estado, contribuintes, nossos impostos) fechou o acordo de financiamento através do qual vai comprar ao BPN Imofundos o edifício sede, situado na Avenida Marechal Gomes da Costa, em Lisboa. Um negócio pela módica quantia de mais ou menos, certamente bem mais, 70 milhões de euros.
O consórcio é formado pela Caixa Geral de Depósitos (mais uma vez Estado, contribuintes, nossos impostos) e pelo BES, que assinaram com a RTP um contrato de leasing imobiliário válido por 25 anos, sendo que o valor do financiamento é, recorde-se, de mais ou menos, certamente bem mais, 70 milhões de euros.
Recorde-se igualmente que o buraco do BPN não pára de aumentar, estando quase do outro lado do planeta. O ministro das Finanças de Portugal, Teixeira dos Santos, diz que não está em condições de quantificar as perdas para o Estado.
Segundo o jornal Expresso, os financiamentos da Caixa Geral de Depósitos (Estado, contribuintes, nossos impostos) ao BPN somarão 4.000 milhões de euros até final deste ano, mais 500 milhões de euros do que já se conhecia. Pouca coisa.
O jornal refere ainda que as necessidades de financiamento do BPN não ficarão por aqui: a perspectiva da sua reprivatização coloca a necessidade de o recapitalizar ou de o Estado o vender com insuficiência de capital, o que lhe retirará valor na venda. O Expresso aponta a possibilidade de o Estado garantir ao BPN uma nova linha de recapitalização num provável montante de 2.000 milhões de euros. Nada como a crise ser só para alguns.
Questionado na Assembleia da República, na comissão de Economia e Finanças, o ministro das Finanças disse que não estava em condições de quantificar os custos da nacionalização do BPN para o Estado. Teixeira dos Santos disse também que o seu plano para "minorar perdas" passa por duas operações: vender os activos (aí está a RTP - Estado, contribuintes, nossos impostos), na prática os 200 balcões que o BPN possui, e reprivatizar o banco.
A reprivatização poderá exigir a recapitalização do banco, agravando os custos para o Estado, e portanto para todos os contribuintes portugueses.
Síntese: é fartar vilanagem.
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