Guerras e eleições polémicas foram os principais perigos para os jornalistas em 2009, segundo um balanço divulgado hoje pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que afirmou que este ano foi marcado pelo maior massacre de jornalistas num só dia, ocorrido nas Filipinas.
A RSF fala de jornalistas mortos fisicamente. Se falasse dos que foram mortos psicologicamente e em média per capita, certamente que Portugal estaria nos primeiros lugares.
O assassinato de 30 repórteres na ilha filipina de Mindanao aconteceu quando cobriam a tentativa de um opositor de se inscrever como candidato às eleições regionais de 2010, indicou a RSF, no seu resumo anual.
A organização revelou um aumento de 26% no número de jornalistas assassinados em 2009, que eleva o seu número a 76, a maior parte deles na Ásia (44), seguido da África (12), Europa (7), Magrebe e Médio Oriente (7) e América (6).
Creio, aliás, que a RSF não deveria fazer esta análise. É que um dias destes, os donos da comunicação social portuguesa (bem como os donos dos donos) ainda vão descobrir que mandar jornalistas para morrerem nas zonas de conflito sai mais barato do que fazer despedimentos colectivos.
Durante este ano, a RSF constatou que os poderes repressivos intensificaram a luta contra os veículos pela internet e contra os “blogueiros”, tão vigiados quanto os jornalistas da imprensa tradicional. Cá pela casa já tinhamos percebido...
A organização registrou 110 internautas detidos por ter expressado suas opiniões na internet, um número recorde que "ilustra a repressão sofrida na rede em uma dezena de países".
A pressão judicial sobre os meios de comunicação levou à prisão de 167 jornalistas no mundo, um número não visto desde 1990.
E é assim. Cada vez mais, ou comemos e calamos, ou não calamos e falta de comida cala-nos logo a seguir.
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