Diz hoje o português Jornal de Negócios que o Governo angolano deu "luz verde" ao projecto de investimento da SLN, "holding" portuguesa que controlava o Banco Português de Negócios, que visa a construção de uma fábrica de cimento no país.
O problema, entenda-se de uma vez por todas, não está no facto de Angola estar a comprar (quase) tudo em Portugal. Está, isso sim, no facto de não ser Angola mas os donos de Angola, ou seja o clã Eduardo dos Santos que, quando tanto se fala de democracia, está no poder há 30 anos sem legitimidade eleitoral.
De acordo com a agência de notícias angolana, o investimento ascende a 240 milhões de dólares (167 milhões de dólares) e foi aprovado pelo Governo liderado por José Eduardo dos Santos devido à necessidade de aumentar a capacidade de produção do país, bem como à criação de valor do projecto e emprego para trabalhadores angolanos.
Treta. O Governo angolano é apenas a fachada de ar democrático para a ditadura do MPLA que, por sua vez, não passa de igual fachada de uma super poderosa família que se assume, e de facto é, como dona do país.
A fábrica será construída pela SLN – Fábrica de Cimentos & Clinker de Benguela em 44 meses e deverá criar 240 postos de trabalho, sendo 210 respectivos a trabalhadores do país.
De acordo com a mesma fonte, os promotores do processo são a Sociedade Lusa de Negócios, em conjunto com o fundo da da Segurança Social, o Caixa da Segurança Social das Forças Armadas.
E se esta é notícia de hoje, ontem ficou a saber-se que Isabel dos Santos, filha do dono de Angola, comprou 10% da Zon Multimédia, tornando-se assim accionista de referência da empresa, gastando a módica quantia de 163,8 milhões de euros.
Amanhã se verá que mais irá ser comprado pelos donos de um país rico que, contudo, tem perto de 70 por cento do seu povo a viver na pobreza.
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