quarta-feira, dezembro 09, 2009

Democracia em Angola? Claro que sim.
Desde que o MPLA continue no poder!

O MPLA reafirma o compromisso com a construção de uma sociedade livre e democrática, assente na justiça, na solidariedade e apostada na dignificação e melhoria, de forma contínua e sustentável, das condições de vida dos angolanos, segundo o programa e os estatutos do partido aprovados hoje pelos delegados ao VI Congresso.

Alguém acredita? Certamente que os 70% de angolanos que vivem na pobreza não esperariam tanto de quem dirige o país desde 1975. Para eles bastaria uma refeição por dia. Mas esta Angola é mesmo assim. Para uns quantos terem muitos milhões, muitos milhões nem sequer podem ter um saco de fuba e algum peixe seco.

Nos documentos lê-se que, desde a sua fundação, o MPLA assumiu a defesa das legítimas aspirações dos angolanos pela sua libertação do jugo colonial, demarcando-se sempre de forma inequívoca dos interesses estrangeiros que pretendiam manter o povo angolano numa situação de submissão.

É isso aí. O MPLA acabou com o jugo colonial que em muitos casos apenas dava aos angolanos peixe podre, fuba podre, 30 angolares e porrada se refilares. Acabou com isso e substituiu a receita colonial apenas por uma medida: porrada se refilares.

O MPLA reafirma ser um partido político ideologicamente assente no socialismo democrático, que defende a justiça social, o humanismo, a liberdade, a igualdade e a solidariedade.

Para melhor se perceber, em termos práticos, o que é o socialismo democtático, a justiça soocial, o humanismo, a liberdade, a igualdade e a solidariedade “made in MPLA” basta olhar para Cuba ou para a Coreia do Norte.

O MPLA propõe-se a consolidar a paz (se soubessem quanto era bom ter um bode expiatório chamado Jonas Savimbi nunca o teriam morto) e a reconciliação nacional como premissas fundamentais, garantir a segurança interna e externa e combater energicamente as tentativas ou acções que visem desencadear a guerra entre os angolanos ou atentar contra os mais elementares direitos dos cidadãos e as regras da democracia e da convivência pacífica.

Não sei porquê mas parece-me que o MPLA, sendo que o MPLA é José Eduardo dos Santos e mais meia dúzia de bem nutridos vassalos, começa a não ter mão nos militares. Espero estar enganado.

O MPLA sublinha que a consolidação da paz passa necessariamente pela criação de condições, nos mais diversos domínios, que permitam a mais plena integração social e produtiva dos cidadãos.

Que descoberta! É que agora não dá para mandar muitos desses militares trabalhar nas fazendas de café...

Diz ainda o MPLA que a promoção da justiça social deve traduzir o esforço de concretização da democracia económica, social e cultural e parte do princípio de que a defesa da democracia política pluralista constitui um aspecto fundamental da sua estratégia partidária para evitar toda e qualquer forma ditatorial de exercício do poder.

O quê? O MPLA quer evitar o que existe actualmente e que foi feito à sua imagem e semelhança, ou seja a forma ditatorial de exercício do poder?

O MPLA defende, é o que diz para o exterior, o princípio democrático, consubstanciado na soberania popular, na democratização contínua da sociedade, no sufrágio universal directo e secreto, no pluripartidarismo e no direito à oposição democrática.


Bem poderia ser mais sintético. Bastaria dizer que em Angola existirá sempre democracia desde que o MPLA continue no poder. Bastaria isso.

Sem comentários: