quinta-feira, dezembro 03, 2009

MPLA começa a abanar... mas nunca cairá

O desenvolvimento económico de Angola "vai obrigar a mudanças" no regime, mas transformações no topo do MPLA e o combate à corrupção anunciado pelas autoridades podem, para já, não passar do papel, afirma o escritor angolano José Eduardo Agualusa.

"Desde sempre que o MPLA não é um bloco coeso, teve sempre diversas correntes. Acredito que exista uma mais democrática e com intenção de combater os problemas reais de Angola. Resta saber se essas pessoas têm força ou não dentro do partido. E a maior parte das críticas vem de fora, de pessoas que podem ter sido militantes mas já estão fora há muito tempo", afirmou o escritor à Lusa.

A sete dias do Congresso do MPLA, Agualusa referia-se, em particular, ao caso do também escritor João de Melo, membro do MPLA, que na sua coluna no Jornal de Angola defende hoje que os angolanos critiquem o presidente sobre os negócios da sua família, no âmbito dos esforços de combate à corrupção.

Importante é, igualmente, ler a Manchete de hoje do Notícias Lusófonas («Marcolino Moco parte a loiça») que transcreve a carta enviada pelo antigo secretário-geral do MPLA e ex-Primeiro-Ministro de Angola a Mateus Julião Paulo "Dino Matross" (actual secretário-geral do MPLA) e que é uma reacção pública ao encontro de ambos no passado dia 24 de Novembro, na Assembleia Nacional.


O actual responsável da Faculdade de Direito da Universidade Lusíada diz, entre outras coisas, na referida epístola, esperar nunca mais ser perturbado quando falar nas suas vestes de cidadão e estudioso de Direito.

Marcolino Moco alerta, escreve o jornalista Jorge Eurico no referido artigo do NL, que o MPLA está a ser arrastado para a situação de ser o mais retrógado dos então chamados partidos progressistas de África e aproveita o embalo para declinar o convite que "o camarada diz ter pedido para mim, ao presidente do partido (José Eduardo dos Santos), para ser convidado ao VI Congresso do MPLA (sic!)".

Moco diz não aceitar a perspectiva chantagista, condicionante e ameaçadora que "Dino Matross" deixou transparecer do tipo: "se não for, então que não se arrependa" ou "então será abandonado (sic!)".

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