José Eduardo dos Santos, presidente do MPLA (partido que governa Angola desde 1975) e da República há 30 anos, terá manifestado aos chefes militares a sua preocupação em relação a Cabinda, propondo que para o território sejam destacados todos os meios que forem necessários para que nem uma mosca perturbe o êxito do CAN 2010, escrevi aqui no passado sábado.
E, pelo sim e pelo não, no dia seguinte (ontem) a polícia da força ocupante em Cabinda deteve o correspondente Zé Manuel ao serviço da VOA, Voz da América, e o jornalista Francês Benoit Faucon, do Dow Jones Newswires de Londres.
Não foram avançadas as razões que determinaram as detenções nem as motivações que os fizeram deslocar a Cabinda, território ocupado por Angola. Testemunhas no local associam o sucedido a algumas fotografias captadas pelo repórter do estádio Chazi que irá albergar a série “B” do campeonato africano de futebol.
Os jornalistas já foram, entretanto, libertados. Ficou, contudo, o aviso. Isto é, a liberdade dos jornalistas termina onde começa a do MPLA. E como a liberdade do MPLA nunca acaba, a dos jornalistas nunca começa.
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