No relatório final da 1ª Reunião do Conselho de Ministros da CPLP, em 1996, a Comunicação Social foi referida pela sua importância no processo de desenvolvimento. Fica sempre bem não esquecer, na teoria e nos princípios, não os jornalistas mas a Comunicação Social.
Foi por isso que os países da CPLP, na teoria e nos princípios, se comprometeram a trabalhar para o estabelecimento de Órgãos de Comunicação Social que veiculem informações justas, com ética e deontologia.
É certo que a Comunicação Social pode, na teoria e nos princípios, contribuir para melhorar os direitos humanos, a democracia, a boa governação, o desenvolvimento social e humano, a saúde, o ensino e a cultura. Mas será que é isso que os governos esperam da Comunicação Social?
Há quem diga, certamente mais atento à teoria e aos princípios do que à prática e aos factos, que a Comunicação Social dos países de língua portuguesa tem desempenhado um importante papel na facilitação de processos de democratização e na reconciliação de países destroçados pela guerra.
Ainda no âmbito da teoria e dos princípios, todos queremos acreditar, embora muitos estejam cépticos, que a Comunicação Social tem responsabilidades na consagração dos Estados democráticos.
No discurso que fez aos participante na assembleia da Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa, o secretário executivo da CPLP, o guineense Domingos Simões Pereira (ao centro, na foto), afirmou que “não vamos ter um mundo desenvolvido e seguro sem que a Comunicação Social assuma um papel activo, o papel que lhes está destinado nas nossas sociedades”.
Ou seja, explicou Domingos Simões Pereira , “os media têm o condão de poder fazer a diferença, de informar as suas sociedades e também o mundo sobre a pobreza, a desigualdade e a injustiça, mas, também, do que de positivo se desenvolve, descartando o veicular da informação só pela negativa”.
Será? A dúvida, apesar do optimismo de Domingos Simões Pereira, não só permanece como até aumenta. Basta ver o que se passa nos países da CPLP, nomeadamente em Portugal, onde – segundo disse na mesma altura o presidente do Sindicato dos Jornalistas portugueses, Alfredo Maia – se enfrenta “uma grave ofensiva por parte das empresas, com o beneplácito, a mais descarada cumplicidade e mesmo a participação activa do Governo e da maioria parlamentar e a complacência do Presidente da República, como aconteceu com a última revisão do Estatuto do Jornalista e com o fracasso na aprovação de uma lei contra a concentração da propriedade dos meios de informação”.
Sem comentários:
Enviar um comentário