Por alguma razão há cada vez mais “jornalistas” a pensar com a barriga. E, se calhar, até fazem bem. Basta olhar para o que, em Janeiro, ganhavam na RTP, a televisão pública (paga por nós), Judite de Sousa (14.720 euros), José Alberto de Carvalho (15.999 euros) ou José Rodrigues dos Santos (14.644 euros).
Mas numa empresa onde não há crise (claro, é paga por todos nós), sucedem-se os exemplos de como pensar com a barriga é fácil, é barato e dá milhões:
Director de Programas, José Fragoso: 12.836 euros; Directora de Produção, Maria José Nunes: 10.594; Pivôt João Adelino Faria: 9.736; Director Financeiro, Teixeira de Bastos: 8.500; Director de Compras, Pedro Reis: 5.200; Director do Gabinete Institucional, Afonso Rato: 4.000; Paulo Dentinho, jornalista: 5.330; Rosa Veloso, jornalista: 3.984; Ana Gaivotas, relações públicas: 3.984; Rui Lagartinho, repórter: 2.530; Rui Lopes da Silva, jornalista: 1900; Isabel Damásio, jornalista: 2.450; Patrícia Galo, jornalista: 2.846; Maria João Gama, RTP Memória: 2.350; Ana Fischer, ex-directora do pessoal: 5.800; Margarida Neves de Sousa, jornalista: 2.393; Helder Conduto, jornalista: 4.000; Ana Ribeiro, jornalista: 2.950; Marisa Garrido, directora de pessoal: 7.300; Jacinto Godinho, jornalista: 4.100; Patrícia Lucas, jornalista: 2.100; Anabela Saint-Maurice: 2.800; Jaime Fernandes, assessor da direcção: 6.162; João Tomé de Carvalho, pivôt: 3.550; António Simas, director de meios: 6.200; Alexandre Simas, jornalista nos Açores: 4.800; António Esteves Martins, jornalista em Bruxelas: 2.986 (sem ajudas); Margarida Metelo, jornalista: 3.200.
Que uma parte do mundo dos media portugueses, onde supostamente deveriam também, ou sobretudo, trabalhar jornalistas, está pelas ruas da amargura (serão até mais córregos do que ruas) já não é novidade para ninguém.
A verdade, contudo, é que grande parte da culpa, se não mesmo a quase totalidade, é dos chamados jornalistas, uma espécie profissional cada vez mais semelhante às alternadoras (ou, como agora se diz, alternadeiras) que a troco de uns cobres vão para onde der mais jeito, apunhalam colegas (quase sempre pelas costas) e tanto “trabalham” na horizontal como de joelhos.
Também nesta profissão não basta ser sério. É preciso parecê-lo. Ora, o que mais acontece, é que os jornalistas (há, obviamente algumas boas e louváveis excepções) não são sérios mas querem passar a imagem de que o são.
E assim vai, a caminho do fim, o jornalismo. E assim vai, a caminho do sucesso, o comércio jornalístico. Tudo, é claro, a bem da Nação, seja ela qual for desde que, pois claro, dê lugar a bons tachos.
1 comentário:
Caro Orlando,
Se aos valores que aqui refere, no caso da Direcção de Informação, acrescentar a isenção de horário (mais 21%), o subsídio de apresentação (mais de 500 euros/mês), o subsídio para despesas de representação (cartão de crédito), os combustíveis e os telefones pagos, verificará que Judite Sousa, José Alberto Carvalho e José Rodrigues dos Santos levam para casa, por mês, cerca de 25 mil euros.E ainda tem direito a carro da empresa, com opção de aquisição por preço simbólico.
Mas sejamos justos: a média de vencimentos dos jornalistas da RTP anda abaixo dos 1500 euros. Não se pense que todos ganham pela bitola da Direcção. Por outro lado, os contratos da Direcção incluem cláusulas de rescisão que preveem o pagamento de indemnizações astronómicas caso sejam afastados dos seus cargos. As vítimas destes senhores são, sobretudo, os seus próprios colegas, a quem a Direcção trata com arrogância, prepotência, sobranceria, e muitas vezes ilegaqlidade. No fundo,a Direcção não faz um rombo no orçamento de Estado, como "vampiriza" a maior parte dos jornalistas da sua própria redacção.
M. Costa
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