Portugal cimenta todos os dias a sua imagem de um país “feio, porco e mau”. Será que os portugueses acreditam que vai haver justiça em casos como a Casa Pia, Free Port, BPN, BPP etc. etc. etc. onde são cada vez mais notórias as certezas de que os protagonistas são todos farinha do mesmo saco?
Não. Não acreditam. E não acreitam porque cada vez mais se comprova que os protagonistas são uma corja de gente feia, suína e má. E isso aplica-se quer aos que em tempo útil se calaram, quer aos que, hoje, se deixaram comprar.
Serem feios, porcos e maus parece algo que está no sangue, salvo algumas (muito poucas) excepções. Tão poucas que até os Jornalistas que agora falam vão, como o foram os que no início da década de 80 avançaram no caso Casa Pia, ficar calados.
E esse silêncio será recompensado. É só uma questão de tempo. Não tardará muito e estarão como directores ou administradores de um qualquer órgão da comunicação social... Os Jornalistas mais teimosos (que também os há, é verdade) poderão, a todo o momento, entrar - ou já entrarar - para novas listas de dispensáveis...
Seja qual for o caso, tenha acontecido há um ano ou há dez, ninguém se lembra de ter ouvido falar em indícios, em avisos, em alertas. Governador do Banco de Portugal, Presidentes da República, ministros, secretários de Estado, deputados, procuradores gerais da República, magistrados, polícias etc. ninguém dá fé.
E, se calhar, não ter dado fé, continuar a não dar fé, é tão conveniente que, creio, até poderá um dia destes dar direito a uma comenda pelos altos serviços prestados à Nação...
Convenhamos, contudo, que os silêncios continuam a ser comprados. Tal como foram outros, tal como serão outros. Portugal começa a deixar de ser um país (Nação há muito que o deixou de ser) para passar a ser, apenas e tão só, um lugar muito mal (muito mal, mesmo) frequentado.
Na minha opinião todos os casos mediáticos vão ficar, salvo uma ou outra punição cosmética, em águas de bacalhau. Pelo cheiro, a água já está a ficar putrefacta. Mas, apesar disso, há sempre alguns (ao que parece são muitos) para quem chafurdar na merda é uma questão de vida.
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