Faustino Muteka, governador do Huambo, diz citando o presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, que as crianças de Angola devem completar o legado do MPLA “De Cabinda ao Cunene um só Povo uma só Nação”, de modo a consolidar a unidade e a paz.
Oito anos depois de a UNITA ter decido entregar o ouro ao “bandido”, a troco de uns pratos de lagosta para uns tantos e de fuba para a maioria, o MPLA ainda fala da manutenção da paz.
As mulheres do MPLA, os pioneiros do MPLA, os veteranos do MPLA, os chefes militares do MPLA, os políticos do MPLA, os governadores do MPLA... todos falam insistentemente na manutenção da paz.
Das duas uma: Ou temem que existam ainda alguns canhangulos operacionais e capazes de fazer estragos, ou prepara-se para pela força (como faz em Cabinda) criar manobras de diversão para justificar uma qualquer purga, até mesmo – como aconteceu a 27 de Maio de 1977 – dentro do próprio MPLA onde, apesar do medo, começam a aparecer algumas importantes vozes a discordar o dono do país.
E se os acontecimentos de 27 de Maio de 1977, que provocaram milhares de mortos, foram o resultado de uma provocação, longa e pacientemente planeada, tendo como responsável máximo Agostinho Neto, que temia perder o poder, será que Eduardo dos Santos está, ou teme vir a estar, na mesma posição?
Será que, como há 33 anos, Angola tem algum Nito Alves, ministro ou não, político ou não, chefe militar ou não, disposto a protestar contra o rumo despótico do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)?
E se tem, voltaremos a ter, tal como em 12 de Julho de 1977, uma declaração oficial do Bureau Político do MPLA a falar de uma "tentativa de golpe de Estado" por parte de "fraccionistas" do movimento, cujos principais "cérebros" serão, já não Nito Alves e José Van-Dunem, mas uns novos Mialas?
Sem comentários:
Enviar um comentário