A polícia chinesa dispersou hoje uma manifestação, no centro de Pequim, que tinha com objectivo colocar em marcha uma outra 'revolução do jasmim', como a que decorre nos países árabes. O protesto terá sido convocado através Internet, o que motivou o bloqueio da palavra "jasmim" na rede.
Se José Sócrates lesse o Alto Hama diria, a porpósito do título deste texto, algo semelhante ao que disse comentando as palavras de Alexandre Soares dos Santos, presidente da Jerónimo Martins: “Não basta ser jornalista para ser bem educado”.
A agência de notícias Xinhua confirmou que várias dezenas de pessoas se concentraram na rua de Wangfujing, numa importante área comercial, situada a poucos metros da praça Tiananmen, onde decorreram as célebres manifestações pela democracia em 1989.
Trata-se do primeiro protesto na China desde que tiveram início as manifestações pela democracia e melhores condições de vida (a revolução do jasmim) nos países árabes, que já provocaram a queda dos governos da Tunísia e do Egipto.
Quinze activistas dos direitos humanos estão desaparecidos na China, desde sábado, segundo informaram seus familiares, que acreditam que aqueles estão presos.
"Muitos defensores dos direitos humanos desapareceram (sob custódia da polícia) nos últimos dias, alguns são enviados para suas casas e os seus telemóveis estão bloqueados", disse à AFP a advogada e activista dos direitos humanos Ni Yulan.
Muitas chamadas telefónicas a vários activistas dos direitos humanos, incluindo Teng Biao, Xu Zhiyong e Jiang Tianyong, ficaram hoje sem resposta.
Desde que começaram os problemas na Tunísia, que levou à queda do governo, as autoridades chinesas têm tentado limitar a divulgação das manifestações nos países árabes.
Mas nada disto, na China ou na Líbia, merece qualquer comentário de Portugal. Sócrates é bem educado e não esquece que a China emprestou muito dinheiro a Portugal e tem elogiado a governação socialista.
Os amigos, sejam da Venezuela, da Líbia ou de Angola servem exactamente para isso. Custos? Haverá muitos, mas como são outros que vão pagar a factura...
A ajuda da China não é, nem poderia ser, inocente. Para além dos juros propriamente ditos, Portugal terá de pagar também em “géneros” de outro nível. É que os chineses não brincam em serviço, e Hu Jintao não é uma espécie de Hugo Chávez.
Assim, para melhor entrar na Europa, a China aposta em força nas empresas lusas consideradas estratégica, tal como vai aproveitar a boleia (ou impor a boleia) para dominar ainda mais sectores estratégicos na África lusófona, sobretudo em Angola e Moçambique.
O facto de Portugal estar de mão estendida na mesma altura em que faz parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas é, igualmente, um trunfo político que agrada à China. Como só não teme quem não deve, Portugal deve tanto que vai fazer (quase) tudo o que os seus credores mandarem.
Para além de comprar dívida portuguesa, a China aparece também como paladina do euro, facto que agrada à Europa apesar de, no extremo, poder ser um apoio envenenado.
No caso de Angola, por exemplo, os chineses estão a fazer e a ocupar o espaço que de forma natural poderia ser de Portugal. Os ados oficiais apontam para que estejam em Angola cerca de 40 mil chineses, no entanto esse número deve ultrapassar os 100 mil.
A comunidade chinesa é a mais recente em Angola, mas num ápice tornou-se maioritária a residir no país. O Governo de Luanda explica que a presença chinesa no país avolumou-se com a quantidade de trabalhadores que acompanham as empresas chinesas que laboram em todo país.
Recorde-se que os acordos bilaterais Angola-China determinam que 70 por cento dos projectos de reconstrução devem ser dados a empresas chinesas, já que Pequim é o principal financiador da reconstrução de Angola.
Sem comentários:
Enviar um comentário