O primeiro-ministro das ocidentais praias lusitanas a norte, embora cada vez mais a sul, de Marrocos, José Sócrates, está a ver reduzido o número de ditadores e autocratas a quem gosta de bajular.
Uns foram à vida, outros para se manterem estão a violar ainda mais as regras (que tanto agradam a José Sócrates) do quero, posso e mando, outros estão com a barba de molho.
E tudo isto deve ser uma chatice para o ainda sumo pontífice dos socialistas portugueses. Mesmo assim, há alguns que ainda resistem. Um desses paradigmas é o actual líder do país (Angola) que preside à Comunidade de Países de Língua Portuguesa e que, como prova da democraticidade do seu regime, está no poder há 31 anos sem ter sido eleito.
Ainda não há muito tempo (foi, é claro, antes do vendaval que atingiu a Tunísia, o Egipto, a Líbia e mais uns tantos), José Sócrates enviou uma mensagem ao vice-Presidente da República de Angola, Fernando da Piedade Dias dos Santos, a felicitá-lo pela sua nomeação para o cargo.
A mensagem foi na altura entregue ao vice-Presidente angolano pelo embaixador de Portugal em Angola, Francisco Ribeiro Telles, que classificou as relações entre os dois países como "excelentes".
Eu diria bem mais do que excelentes... na óptica da Oferta Pública de Aquisição lançada por Angola sobre Portugal.
Tão excelentes como os 68% (68 em cada 100) de angolanos que são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome.
Tão excelentes como o facto de 45% das crianças angolanas sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos.
Tão excelentes como Angola ser um dos países mais corruptos do mundo.
Tão excelentes como a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o cabritismo, ser o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos.
Tão excelentes como o facto de 80% do Produto Interno Bruto ser produzido por estrangeiros; mais de 90% da riqueza nacional privada ser subtraída do erário público e estar concentrada em menos de 0,5% de uma população.
Tão excelentes como a certeza de que o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, estar limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder.
No dia 18 de Janeiro do ano passado, importa recordar tantas vezes quantas forem preciso, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do executivo de José Sócrates, João Gomes Cravinho, afirmou que o Governo acompanhava com a «atenção normal» a situação de Cabinda, defendendo que o importante é a detenção de responsáveis de ataques criminosos.
Não está nada mal. Até parece que, para os donos do reino lusitano, falar de Cabinda ou de Zoundwéogo é exactamente a mesma coisa. Lisboa esquece-se que os cabindas, tal como os angolanos, não têm culpa que as autoridades portugueses tenham, em 1975, varrido a merda para debaixo do tapete.
Quando interrogado sobre se o Governo português considerava preocupantes as notícias de detenções de figuras alegadamente ligadas ao movimento independentista na colónia angolana de Cabinda, João Gomes Cravinho afirmou que «preocupante é quando há instabilidade e violência, como aconteceu com o ataque ao autocarro da equipa do Togo» a 8 de Janeiro de 2010.
Sim, é isso aí. Portanto, o MPLA pode prender quem muito bem quiser (e quer todos aqueles que pensam de maneira diferente) que terá, como é óbvio, o apoio e a solidariedade das autoridades portuguesas.
Creio, aliás, que tal como fez em relação a Jonas Savimbi depois de este ter morrido, Gomes Cravinho não tardará (provavelmente só está à espera que eles morram) a chamar Hitler, entre outros, a Raul Tati, Francisco Luemba, Belchior Lanso Tati, Jorge Casimiro Congo, Agostinho Chicaia, Martinho Nombo e Raul Danda.
João Gomes Cravinho explicou que, «em relação ao mais» Lisboa acompanha o que se passa «pelas vias normais», isto é, pela comunicação social e pelos relatos feitos pela embaixada portuguesa.
Ou seja, Portugal está-se nas tintas. E quando Cravinho diz que Lisboa acompanha o que se passa pelos relatos feitos pela embaixada portuguesa está a esquecer-se que a embaixada lusa se limita, hoje como ontem, a ampliar a versão oficial do regime angolano.
Como se já não bastasse a bajulação de Lisboa ao regime angolano, ainda temos de assistir à constante passagem de atestados de menoridade e estupidez aos portugueses por parte do secretário de Estado João Gomes Cravinho.
Parafraseando José Sócrates, não basta ser primeiro-ministro ou secretário de Estado para saber contar até doze sem ter de se descalçar...
E tudo isto deve ser uma chatice para o ainda sumo pontífice dos socialistas portugueses. Mesmo assim, há alguns que ainda resistem. Um desses paradigmas é o actual líder do país (Angola) que preside à Comunidade de Países de Língua Portuguesa e que, como prova da democraticidade do seu regime, está no poder há 31 anos sem ter sido eleito.
Ainda não há muito tempo (foi, é claro, antes do vendaval que atingiu a Tunísia, o Egipto, a Líbia e mais uns tantos), José Sócrates enviou uma mensagem ao vice-Presidente da República de Angola, Fernando da Piedade Dias dos Santos, a felicitá-lo pela sua nomeação para o cargo.
A mensagem foi na altura entregue ao vice-Presidente angolano pelo embaixador de Portugal em Angola, Francisco Ribeiro Telles, que classificou as relações entre os dois países como "excelentes".
Eu diria bem mais do que excelentes... na óptica da Oferta Pública de Aquisição lançada por Angola sobre Portugal.
Tão excelentes como os 68% (68 em cada 100) de angolanos que são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome.
Tão excelentes como o facto de 45% das crianças angolanas sofrerem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos.
Tão excelentes como Angola ser um dos países mais corruptos do mundo.
Tão excelentes como a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o cabritismo, ser o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos.
Tão excelentes como o facto de 80% do Produto Interno Bruto ser produzido por estrangeiros; mais de 90% da riqueza nacional privada ser subtraída do erário público e estar concentrada em menos de 0,5% de uma população.
Tão excelentes como a certeza de que o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, estar limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder.
No dia 18 de Janeiro do ano passado, importa recordar tantas vezes quantas forem preciso, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros do executivo de José Sócrates, João Gomes Cravinho, afirmou que o Governo acompanhava com a «atenção normal» a situação de Cabinda, defendendo que o importante é a detenção de responsáveis de ataques criminosos.
Não está nada mal. Até parece que, para os donos do reino lusitano, falar de Cabinda ou de Zoundwéogo é exactamente a mesma coisa. Lisboa esquece-se que os cabindas, tal como os angolanos, não têm culpa que as autoridades portugueses tenham, em 1975, varrido a merda para debaixo do tapete.
Quando interrogado sobre se o Governo português considerava preocupantes as notícias de detenções de figuras alegadamente ligadas ao movimento independentista na colónia angolana de Cabinda, João Gomes Cravinho afirmou que «preocupante é quando há instabilidade e violência, como aconteceu com o ataque ao autocarro da equipa do Togo» a 8 de Janeiro de 2010.
Sim, é isso aí. Portanto, o MPLA pode prender quem muito bem quiser (e quer todos aqueles que pensam de maneira diferente) que terá, como é óbvio, o apoio e a solidariedade das autoridades portuguesas.
Creio, aliás, que tal como fez em relação a Jonas Savimbi depois de este ter morrido, Gomes Cravinho não tardará (provavelmente só está à espera que eles morram) a chamar Hitler, entre outros, a Raul Tati, Francisco Luemba, Belchior Lanso Tati, Jorge Casimiro Congo, Agostinho Chicaia, Martinho Nombo e Raul Danda.
João Gomes Cravinho explicou que, «em relação ao mais» Lisboa acompanha o que se passa «pelas vias normais», isto é, pela comunicação social e pelos relatos feitos pela embaixada portuguesa.
Ou seja, Portugal está-se nas tintas. E quando Cravinho diz que Lisboa acompanha o que se passa pelos relatos feitos pela embaixada portuguesa está a esquecer-se que a embaixada lusa se limita, hoje como ontem, a ampliar a versão oficial do regime angolano.
Como se já não bastasse a bajulação de Lisboa ao regime angolano, ainda temos de assistir à constante passagem de atestados de menoridade e estupidez aos portugueses por parte do secretário de Estado João Gomes Cravinho.
Parafraseando José Sócrates, não basta ser primeiro-ministro ou secretário de Estado para saber contar até doze sem ter de se descalçar...
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