A declaração do Grupo Parlamentar do PRS na Assembleia Nacional de Angola é, só por si, a mais clara e incisiva radiografia a um regime que, de facto, submete o “seu povo às situações desumanas inadmissíveis movidas por um regime ditatorial e corrupto há mais de 30 anos”.
Veja-se: “A crise económica revelada na extrema pobreza dos cidadãos; a arrogância política; os golpes às leis e à constituição para manutenção infinita no cargo de presidente nunca eleito, como epicentro e fonte da promoção da corrupção; desvio de riqueza do país, enriquecimento ilícito da sua família e seus mais próximos; violação das liberdades e direitos fundamentais dos cidadãos, nomeadamente:
Impedimento das manifestações pacificas e prisão dos seus manifestantes em uma clara violação da constituição; prisão dos activistas dos protectorados do Simulambuco (Cabinda) e da Lunda; a falta de emprego; a intolerância política envolvendo os sobas como autoridades tradicionais, traduzindo-se numa autêntica violência e asfixia dos partidos políticos e suas actividades a coberto das autoridades administrativas e judiciais politicamente partidarizadas amua clara destruição dos valores morais e éticos que caracterizam a cultura bantu”.
Mas a análise do Partido de Renovação Social vai mais longe.
“O controlo e partidarização da comunicação social pública e inviabilizando a expansão da comunicação social privada; promoção de fraudes eleitorais; espírito de superioridade sobre outros angolanos; humilhação, intimidação e transtornos dos cidadãos na sua deslocação com um aparato militar pondo em causa a liberdade, a honra, a dignidade dos cidadãos e como não bastasse, a reserva de um troço da estrada para uso exclusivo de pessoas previamente seleccionadas”, diz o PRS.
Apesar das operações de lavagem de imagem do regime, com a conivência da comunidade internacional, a começar na própria CPLP, nem todos os angolanos perderam a capacidade crítica, se bem que ao usarem-na arriscam a vida.
Continua o PRS: “Expropriação de terras e demolições selvática das residências dos pacatos cidadãos; absurdas promessas irrealizáveis; espancamento impiedoso das sofredoras zungueiras e zungueiros e o dos seus bens; discriminação nos locais de serviço e não só por razões partidárias, etc.”
“O auto proclamado Presidente Constitucional de Angola há 32 anos no poder, além da promoção interna das graves situações acima referidas, vai impondo a sua vontade ditatorial, antidemocrática e contra as democracias e decisões soberanas eleitorais em outros países Africanos a exemplo do Hitler e do comunismo Russo”, afirma com todas as letras o PRS.
O partido aconselha uma reflexão “com a máxima responsabilidade e objectividade necessárias para evitarmos conflitos futuros entre povos irmãos”, avisando que “alguns políticos dos regimes confundem-se e desorientadamente ameaçam tomar medidas duras contra o povo que se manifestar, Contrariando assim á Constituição”.
Recordando que “desde o inicio da humanidade, as mudanças das e para as distintas fases da evolução das sociedades, as mudanças de regimes políticos, as conquistas das Independências, das democracias, das liberdades, dos direitos, da paz, foram sempre alcançadas com sacrifícios e coragem de saber assumir o risco pelo povo, injustiçado”, o PRS acrescenta que “não importa a dimensão da ameaça nem o grau do risco, o importante é a honra e dignidade para o povo angolano”.
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