O secretário-geral da UNITA, Abílio Kamalata Numa, está (ou esteve) em greve de fome junto a uma unidade da polícia do Bailundo, em solidariedade com António Kaputu, militante do Galo Negro, preso por ter hasteado uma bandeira da UNITA.
Se Abílio Kamalata Numa optar por fazer este tipo de protesto sempre que o regime do MPLA, dono de Angola, cometer estes “democráticos” actos, vai passar o ano sem comer, tal é a sanha do regime contra todos aqueles que pensam de maneira diferente.
Como alguém disse, quem estiver sempre a falar do passado deve perder um olho. Mas também é verdade que esse alguém acrescentou que, quem esquecer o passado, deve perder os dois.
Já lá vão quase nove anos. Foi a 24 de Fevereiro de 2002 que alguém disse: «Sekulu wafa, kalye wendi k'ondalatu! v'ukanoli o café k'imbo lyamale!». Ou seja, morreu o mais velho, agora ireis apanhar café em terras do norte como contratados.
Tirando os conhecidos exemplos da elite partidária, os simpatizantes da UNITA, bem como a maioria do Povo angolano, têm estado deste então a apanhar café, ou algo que o valha.
No rescaldo da guerra imediatamente a seguir à Independência, entre 1976 a 1978, houve uma brutal escassez de alimentos e a paralisação dos campos de algodão e café do norte de Angola.
Para fazer face a esse desafio, o governo de Angola reeditou a guerra do Kwata-Kwata, obrigando pela força das armas os contratados ovimbundos e ou bailundos (que outros poderiam ser?) a ir para as roças, sobretudo do norte.
Com a independência, os camponeses do planalto e sul de Angola sonharam com o fim do seu recrutamento forçado para aquelas roças. A reedição da estratégia colonial por um governo independente foi um golpe duríssimo na sua ilusória liberdade.
O líder da UNITA, Jonas Savimbi, agastado com a fraqueza e quase exaustão das forças que conseguiram sobreviver à retirada das cidades, em direcção às matas do leste (Jamba), onde reorganizou a luta de resistência, aproveitou esse facto, bem como a presença de estrangeiros, para mobilizar os angolanos.
«Ise okufa, etombo livala» (Prefiro antes a morte, do que a escravatura ), dizia Savimbi aos seus homens, militares ou não.
E agora? Será que os seus discípulos preferem a escravatura com alguma (embora pouca) coisa na barriga, ou a liberdade com ela vazia? Será que se lembram dos que só foram livres enquanto andaram com uma arma na mão?
Num cenário em que os poucos que têm milhões continuam a ter cada vez mais milhões e em que, no mesmo país, muitos milhões não têm sequer o que comer, que futuro terá Angola?
Mal por mal, antes a morte do que a escravatura. E se antes foi o tempo dos contratados e escravos ovimbundus ou bailundos irem para as roças do Norte, agora é o enxovalho de transportar pedras à cabeça para ter “peixe podre, fuba podre… e porrada se refilares”
Foi mesmo isso. «Sekulu wafa, kalye wendi k'ondalatu! v'ukanoli o café k'imbo lyamale!». Morreu o mais velho, agora ireis apanhar café em terras do norte como contratados, ou ser escravo na terra que ajudaram a, supostamente, libertar.
Se Abílio Kamalata Numa optar por fazer este tipo de protesto sempre que o regime do MPLA, dono de Angola, cometer estes “democráticos” actos, vai passar o ano sem comer, tal é a sanha do regime contra todos aqueles que pensam de maneira diferente.
Como alguém disse, quem estiver sempre a falar do passado deve perder um olho. Mas também é verdade que esse alguém acrescentou que, quem esquecer o passado, deve perder os dois.
Já lá vão quase nove anos. Foi a 24 de Fevereiro de 2002 que alguém disse: «Sekulu wafa, kalye wendi k'ondalatu! v'ukanoli o café k'imbo lyamale!». Ou seja, morreu o mais velho, agora ireis apanhar café em terras do norte como contratados.
Tirando os conhecidos exemplos da elite partidária, os simpatizantes da UNITA, bem como a maioria do Povo angolano, têm estado deste então a apanhar café, ou algo que o valha.
No rescaldo da guerra imediatamente a seguir à Independência, entre 1976 a 1978, houve uma brutal escassez de alimentos e a paralisação dos campos de algodão e café do norte de Angola.
Para fazer face a esse desafio, o governo de Angola reeditou a guerra do Kwata-Kwata, obrigando pela força das armas os contratados ovimbundos e ou bailundos (que outros poderiam ser?) a ir para as roças, sobretudo do norte.
Com a independência, os camponeses do planalto e sul de Angola sonharam com o fim do seu recrutamento forçado para aquelas roças. A reedição da estratégia colonial por um governo independente foi um golpe duríssimo na sua ilusória liberdade.
O líder da UNITA, Jonas Savimbi, agastado com a fraqueza e quase exaustão das forças que conseguiram sobreviver à retirada das cidades, em direcção às matas do leste (Jamba), onde reorganizou a luta de resistência, aproveitou esse facto, bem como a presença de estrangeiros, para mobilizar os angolanos.
«Ise okufa, etombo livala» (Prefiro antes a morte, do que a escravatura ), dizia Savimbi aos seus homens, militares ou não.
E agora? Será que os seus discípulos preferem a escravatura com alguma (embora pouca) coisa na barriga, ou a liberdade com ela vazia? Será que se lembram dos que só foram livres enquanto andaram com uma arma na mão?
Num cenário em que os poucos que têm milhões continuam a ter cada vez mais milhões e em que, no mesmo país, muitos milhões não têm sequer o que comer, que futuro terá Angola?
Mal por mal, antes a morte do que a escravatura. E se antes foi o tempo dos contratados e escravos ovimbundus ou bailundos irem para as roças do Norte, agora é o enxovalho de transportar pedras à cabeça para ter “peixe podre, fuba podre… e porrada se refilares”
Foi mesmo isso. «Sekulu wafa, kalye wendi k'ondalatu! v'ukanoli o café k'imbo lyamale!». Morreu o mais velho, agora ireis apanhar café em terras do norte como contratados, ou ser escravo na terra que ajudaram a, supostamente, libertar.
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