Custou mas, finalmente, o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, descobriu a pólvora. Hoje afirmou que o seu país precisa é de "mais fábricas, mais produção, mais emprego”.
No lançamento da primeira pedra da fábrica de baterias para carros eléctricos da Nissan, que decorreu em Cacia, Aveiro, José Sócrates afirmou que este é um momento "muito especial" para Portugal. Também o é para os egípcios, mas essa é outra história.
"É disto que o país precisa: mais fábricas, mas produção, mais emprego, na fronteira tecnológica", sublinhou, sorrindo de modo a dar alma aos discursos que normalmente faz às segundas, quartas e sextas.
Segundo o primeiro-ministro, "Portugal está orgulhoso por ter estado na linha da frente daqueles que, em 2008, depois do último choque petrolífero, ter feito todo o possível para se tornar um país atraente para investimento de qualidade na mobilidade eléctrica".
Tem toda a razão. Portugal continua na linha da frente em muitas coisas, como sejam os 700 mil desempregados, os 20 por cento de pobres e outros tantos que para lá caminham, não de carro eléctrico, mas a pé.
"É disto que o país precisa: mais fábricas, mas produção, mais emprego, na fronteira tecnológica", sublinhou, sorrindo de modo a dar alma aos discursos que normalmente faz às segundas, quartas e sextas.
Segundo o primeiro-ministro, "Portugal está orgulhoso por ter estado na linha da frente daqueles que, em 2008, depois do último choque petrolífero, ter feito todo o possível para se tornar um país atraente para investimento de qualidade na mobilidade eléctrica".
Tem toda a razão. Portugal continua na linha da frente em muitas coisas, como sejam os 700 mil desempregados, os 20 por cento de pobres e outros tantos que para lá caminham, não de carro eléctrico, mas a pé.
"Hoje damos um passo muito significativo para que Portugal tenha um cluster industrial da mobilidade eléctrica", avançou, certamente a ganhar velocidade para um dia destes anunciar a descoberta da pólvora ou, eventualmente, mais um cratera no sistema de saúde.
Sócrates recordou aquela que foi a luta do Governo, do seu – obviamente, nos últimos anos para conseguir esta fábrica em Portugal, referindo que na sua opinião "o carro eléctrico é o carro do futuro porque não tem emissões e não tem poluição sonora".
É verdade. Aliás, nem outra coisa era de esperar de quem é dono da verdade e que, como diria Augusto Santos Silva, deixa os seus críticos a salivar de inveja.
"A tudo isto se soma a questão da aposta portuguesa nas energias renováveis, que resultou", declarou Sócrates, avançando que Portugal "é hoje um dos países que tem melhores indicadores" e que em 2010 "mais de 53 por cento da electricidade consumida em Portugal foi produzida com base em energias renováveis".
Os portugueses continuam felizes. Pobres, solitários, desempregados mas, graças ao seu governo, renovadamente felizes.
Sócrates deixou ainda uma palavra "aqueles que olham para este dia com expectativa, com vontade e com ambição", considerando que "é esta atitude que o país necessita, daqueles que querem melhorar as coisas, que querem aproveitar as oportunidades para transformar o nosso país num país melhor".
Cá para mim, a ambição dos portugueses é mais a de se verem livres de José Sócrates. Mas, ao que parece, isso não vai acontecer tão cedo. É que, embora tenham aumentado as denúncias de violência doméstica, os portugueses continuam a dizer: quanto mais me bates mais eu gosto de ti.
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