"Snipers" contratados a peso de ouro estarão na origem de "um massacre" que já terá causado mais de 100 mortos, na Líbia, nos protestos que estão na rua pelo fim dos 40 anos do regime de Kadhafi.
Desta forma o grande amigo dos josés (Eduardo dos Santos e Sócrates) mostra como se faz. E os líbios ainda não viram nada. Kadhafi tem com certeza na manga outros trunfos, com ou sem mercenários, para mostrar ao povo quem manda.
Em Angola, mau grado as tentativas para pôr o povo a pensar com a cabeça, tudo tende a continuar na mesma, ou seja, na santa paz do regime e do presidente não eleito que está no poder há 31 anos.
Aliás, os militares do regime angolano já estão com as unhas de fora para cortar o mal pela raiz. Os políticos do MPLA têm a missão de falar dos perigos do terrorismo, das manifestações sociais e políticas, criando as condições para que as Forças Armadas possam a qualquer momento matar primeiro e perguntar depois.
E com um povo pacífico, ainda para mais com a barriga vazia, não admira que em Angola nem as moscas se atrevam a contestar a liderança divina de um partido formado por gente de uma casta superior. Qualquer veleidade será arrasada, o que aliás nem constitui novidade para os vassalos do sumo pontífice do país.
Na Líbia, uma testemunha ocular, citada pela Agência Reuters, diz que "snipers" acantonados numa instalação militar dispararam sobre os manifestantes que saíram às ruas de Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia.
"Morreram dezenas, não 15, dezenas. Estamos no meio de uma massacre", disse à Reuters um residente em Benghazi, que não quis identificar-se, por razões de segurança. Em declarações à cadeia de televisão Al-Jazeera, o escritor líbio Guma El-Gamary diz que o regime de Kadhafi contratou mercenários africanos para reprimir as manifestações. "Centenas de mercenários africanos, senão milhares, mesmo, estão a ser usados pelo Coronel Kadhafi", disse.
Pois é. Mas também nesta aspecto Angola é diferente. O regime não vai precisar de contratar mercenários para este efeito. Aliás, Luanda até os exporta, admitindo-se que alguns dos que estão na Líbia falam (mera coincidência, é claro) português. Trata-se, portanto, de gente que abunda nas fileiras do regime, sobretudo nos círculos que fazem a blindagem às altas figuras do reino.
"Estão a ser armados e usados para aterrorizar e até matar os manifestantes", disse Guma El-Gamary, acrescentando que "alguns dizem que lhe foram prometidos até 30 mil dólares a cada um".
O presidente de "Lybia Watch", uma ONG Líbia, Mohamed Abdulmalek, disse, também à Al-Jazeera, que "é 100% verdade" a notícia da contratação de mercenários. "O Governo negociou com alguns estados africanos para trazer mercenários para a Líbia", argumentou.
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