Por regra, em Portugal, os chefes são um problema para a solução, cabendo aos líderes a solução para os problemas. Problemas crescentes tal é a força dos chefes.
Por alguma razão os líderes (coisa rara nas ocidentais praias lusitanas) impõem-se por si e os chefes são impostos. Impostos por decreto, ordem de serviço ou algo similar, a título compensatório pelos bons serviços prestados a outros chefes.
Os chefes agradecem a quem lhes estende a mão quando tropeçam numa pedra. Os líderes agradecem a quem retirou a pedra antes de eles passarem, mesmo que desconheçam quem o fez.
Os chefes lideram as empresas que, por regra, são as primeiras da últimas. Os líderes comandam as que são as primeiras das primeiras.
Os chefes rodeiam-se de quem pensa como eles, os líderes apostam nos que pensam (e, cuidado, que pensar pode vir a ser crime!) de modo diferente.
Os chefes fogem sem tentar. Os líderes tentam sem fugir porque sabem que só é derrotado quem desiste de lutar.
Os chefes lutam na certeza de que virão a ser derrotados. Os líderes lutam na convicção de que virão a ser vencedores.
Os chefes são donos da verdade. Os líderes constroem a verdade.
Os chefes vão fazendo algumas coisas. Os líderes são o exemplo de como se faz.
Os chefes mandam levar a carta a Garcia, aos líderes basta pegar na carta.
Os chefes são aqueles que estão sempre a pedir para sair. Os líderes são aqueles que sabem que só pede para sair quem quer ficar. Por isso, quando entendem saem pura e simplesmente.
Salvaguardando algumas excepções que talvez existam, Portugal tem – continua a ter – chefes a mais e líderes a menos. Daí a luta para ser apenas o melhor dos últimos.
2 comentários:
Uma coisa rar significa que existe embora estja em extinção.
A minha dúvida é se ainda os há para ser ditp que são raros.
Kandandu
Eugénio Almeida
Os chefes são como as nuvens, quando desaparecem o dia fica mais lindo.
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