«Toda a gente sabe que no plano internacional Cabinda faz parte de Angola e a ONU reconheceu como parte integrante de Angola e mesmo ao nível europeu esse ponto de vista está definitivamente aceite».
Quem terá dito uma tal barbaridade? Sé podia ter sido um português, um amigo do MPLA, um vassalo de sua majestade o soba José Eduardo dos Santos. Só podia ter sido um outro José, não José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, mas José Manuel Durão Barroso.
Se assim é, importa perguntar por uma questão que hoje é de somenos importância – a memória, porque razão Durão Barroso recebeu – quando estava na Oposição em Portugal – dirigentes da Resitência de Cabinda?
Como os portugueses já perceberam, são muitos os Josés que têm a memória tão curta que até a acham desnecessária. Desnecessária, acrescente-se, quando não é em benefício próprio.
Por alguma razão, quando visitou Angola, o MPLA fartou-se de dizer por todos os cantos e esquinas: «vem aí o camarada Durão».
Seja como for, aqui fica algum contributo para o esclarecimento do «camarada Durão», até porque uma mentira dita muitas vezes nunca significará sequer uma meia verdade.
Eu sei que é teimosia (ou até fanatismo) da minha parte estar sempre a, parafraseando um dos mais sublimes e inefáveis donos da verdade em Portugal (Augusto Santos Silva), a malhar neste assunto. Mas é preciso ir dando voz a quem a não tem, como é o caso do Povo de Cabinda.
Em termos históricos, que Portugal parece teimar em esquecer mas que lhe ficaria bem assumir, Cabinda estava sob a «protecção colonial», à luz do Tratado de Simulambuco, pelo que o Direito Público Internacional lhe reconhece o direito à independência e, nunca, como aconteceu, à integração em Angola.
1 comentário:
mas é verdade... (para ler em letras muito pequeninas)
o DIPu é claro quanto a isso; acordos entre particulares e Estados não t~em valor jurídico (pelo menos quando nos convém...)
Kdd (letras normais)
Eugénio Almeida
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